
O dólar abriu em queda nesta terça-feira (24) diante de um ambiente internacional mais favorável ao risco, impulsionado pelos juros dos Estados Unidos e Brasil, e impasse na trégua do conflito entre Israel e Irã. Por volta das 09:10, a moeda registrava baixa de 0,39%, cotada aos US$ 5,481.
Já na última segunda-feira (23), o dólar fechou o pregão em queda de 0,40% a US$ 5,502.
O que influencia o dólar hoje?
No cenário externo, cresce a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) — o banco central americano — inicie um ciclo de corte de juros já em julho, caso os próximos dados de inflação confirmem a desaceleração dos preços.
A antecipação desse movimento reduz o diferencial de juros em relação a países emergentes e enfraquece o dólar frente a outras moedas.
Além disso, o alívio nas tensões geopolíticas no Oriente Médio ajuda a reduzir a busca por ativos de proteção.
Um acordo de um cessar-fogo entre Israel e Irã, anunciado por Donald Trump, diminuiu o risco de escalada no conflito. No entanto, horas depois do anuncio, o presidente norte-americano afirmou que tanto Israel quanto Irá violaram o acordo, ao prosseguirem com os bombardeios.
Nesse sentido, o Estreito de Ormuz permanece aberto ao tráfego de navios-tanque, o que fez o petróleo recuar fortemente após a alta da semana anterior: o Brent caiu quase 6% no último pregão.
Analistas apontam que o mercado está reagindo ao fato de que, por ora, não haverá interrupções no fornecimento de petróleo, o que reduz pressões inflacionárias globais e favorece ativos de risco.
Ata do Copom
No Brasil, o foco dos investidores está na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada nesta terça-feira (24).
O documento explicará os argumentos por trás da decisão unânime de manter a Selic em 15% ao ano na última reunião.
O tom da ata deve indicar por quanto tempo o Banco Central pretende manter os juros elevados e se há possibilidade de nova alta, diante do cenário fiscal e inflacionário.
Segundo analistas, a manutenção da Selic em 15% continua sendo um forte atrativo para o investidor estrangeiro.
A agenda do dia também traz uma série de discursos relevantes que podem influenciar o comportamento da moeda americana. Na zona do euro, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, e a presidente Christine Lagarde falam ao longo da manhã, seguidos por Philip Lane.
Nos Estados Unidos, o presidente do Fed, Jerome Powell, presta depoimento no Congresso às 11h, acompanhado por falas dos dirigentes John Williams (13h30) e Susan Collins (15h05).