
Nesta segunda-feira (2), o dólar abriu o pregão em queda de 0,21%, cotado a R$ 5,701. O movimento acontece sob influência das incertezas fiscais no Brasil, expectativas em torno da política monetária nos Estados Unidos (EUA) e Europa, e o ressurgimento de tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Na última sexta-feira (30), a moeda encerrou a semana em alta de 0,91%, cotada a R$ 5,717.
O que influencia o dólar hoje?
No Brasil, o mercado volta a reagir à falta de clareza fiscal do governo federal, que vem dificultando a ancoragem das expectativas de inflação.
A taxa Selic segue elevada, em 14,75% ao ano, mas o Banco Central (BC) não deve iniciar um ciclo de afrouxamento monetário enquanto o governo não apresentar sinais mais concretos de responsabilidade fiscal.
Ruídos políticos, como as recentes críticas do ministro do Trabalho à atuação do BC, geram instabilidade e afastam investidores.
Ainda nesta manhã, sairá o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial de maio (10h00), que pode fornecer pistas sobre o ritmo da atividade econômica brasileira e influenciar o humor dos agentes do mercado.
Cautela internacional: Fed vigilante e BCE rumo a novos cortes
Nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (2), os investidores aguardam os discursos de membros do Federal Reserve (Fed), incluindo Lorie Logan (11h15) e, especialmente, o presidente Jerome Powell (14h00).
A leitura do PMI industrial norte-americano (10h45) também está no radar, podendo indicar o ritmo da atividade manufatureira e moldar expectativas sobre os próximos passos do Fed.
Diante das incertezas sobre os impactos econômicos das novas tarifas aplicadas à China, o mercado acredita que o Fed manterá as taxas de juros inalteradas até, pelo menos, setembro.
O ambiente externo também é pressionado pela reaceleração da guerra comercial: o presidente Donald Trump acusou a China de violar a trégua tarifária, reacendendo temores sobre o comércio global.
Na Europa, o dia começou com a divulgação do PMI industrial da zona do euro, enquanto os olhos se voltam para o discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, às 13h30.
A expectativa é de que o BCE promova novo corte de juros nesta semana, o que pode enfraquecer o euro e, por consequência, impulsionar o dólar no mercado global.
Semana decisiva: inflação no Brasil, payroll nos EUA
A semana reserva dados importantes que podem dar nova direção ao dólar. No Brasil, serão divulgados indicadores de inflação, essenciais para o debate sobre política monetária.
Nos Estados Unidos, a grande expectativa fica por conta do Payroll (relatório de emprego), que será publicado na sexta-feira (7). Trata-se de um dos dados mais relevantes para o Fed, e pode influenciar diretamente as decisões sobre juros.
Outro destaque é o Livro Bege, previsto para quarta-feira (5), que trará os primeiros impactos econômicos da nova escalada na disputa comercial entre Washington e Pequim.