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Dólar hoje: Ata do Fed e Trump movimentam o câmbio — veja cotação

Moedas de países exportadores de commodities, como o real, ganham tração com cenário externo — mas volatilidade promete dominar o dia até a divulgação das atas do Fed

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Foto: iStock

O dólar abriu em alta nesta quarta-feira (9) influenciado pela tensão com as novas tarifas anunciadas por Donald Trump e a espera pelas atas do Federal Reserve (Fed), que prometem instabilidade ao longo do dia. Por volta das 09:05, a moeda avançava 0,28%, cotada a R$ 5,460.

O que influencia o dólar hoje?

O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou na última terça-feira (8), que entrará em vigor, já no dia 1º de agosto, um novo pacote de tarifas comerciais e renovou ameaças a países exportadores como Brasil, Índia e outros membros do BRICS.

Produtos brasileiros enfrentarão um adicional de 10% nas tarifas, enquanto todo o cobre importado será taxado em 50%.

Trump também ameaçou impor tarifas de até 200% sobre medicamentos, mas com possível implementação só em 2026.

A retórica agressiva reforça o clima de guerra comercial global, elevando a aversão ao risco e provocando incertezas nos mercados financeiros.

Apesar disso, moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil, se beneficiaram até o momento com a valorização das matérias-primas e o redirecionamento de capitais, embora o cenário siga altamente volátil.

Mercado aguarda pistas sobre cortes de juros

A grande virada do dia, no entanto, deve vir às 15h (horário de Brasília), com a divulgação das atas da última reunião do FOMC (comitê de política monetária dos EUA).

O documento é aguardado com atenção máxima, pois pode oferecer sinais sobre o início e a intensidade do ciclo de cortes de juros nos EUA.

Hoje, os membros do comitê seguem divididos: alguns defendem cortes ainda em 2025, outros pedem cautela.

A dúvida sobre o “timing” mexe diretamente com o dólar, já que juros mais baixos nos EUA tendem a enfraquecer a moeda americana e favorecer divisas como o real.

Para esquentar ainda mais o debate, Trump usou novamente suas redes sociais para cobrar cortes imediatos de juros do Fed, criticando o presidente do banco central americano, Jerome Powell.

Cenário fiscal segue no centro da discussão no Brasil

Internamente, o ruído fiscal segue como uma âncora para o real. Apesar das reiteradas promessas do governo de cumprir a meta de resultado primário, o mercado vê com ceticismo os caminhos até lá, principalmente após medidas fracassadas para elevar a arrecadação, como o aumento do IOF.

O assunto dos precatórios também começa a voltar ao radar. A partir de 2027, eles terão que ser integralmente contabilizados nas regras fiscais, o que pressiona ainda mais o equilíbrio das contas públicas.

Hoje, também saem indicadores importantes como a confiança do consumidor de julho (às 12h) e o fluxo cambial estrangeiro (às 14h30), que podem ajudar a calibrar as expectativas para o câmbio local.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.