
Após o cenário de alívio inflacionário no Brasil, o dólar segue influenciado nesta quarta-feira (28) por atas do Federal Reserve (Fed) e pressão interna ainda sobre medidas no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Na última terça-feira (27), a moeda americana fechou o pregão em queda de 0,53%, cotada a R$ 5,645.
IPCA-15 abaixo do esperado fortalece o real
O principal dado local que ancora essa queda no dólar é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de maio, que registrou alta de 0,36%, abaixo da projeção média do mercado de 0,42%.
O resultado representa uma desaceleração frente ao avanço de 0,43% em abril e trouxe alívio ao mercado.
Embora as expectativas de inflação continuem desancoradas, o dado reforça a possibilidade de o Banco Central (BC) pausar o ciclo de alta de juros, o que reduz a percepção de risco e beneficia o real.
Olhar do mercado se volta para o Fed e dados dos EUA
No cenário internacional, a queda nos rendimentos dos Treasuries tem contribuído para uma menor pressão do dólar globalmente.
Investidores acompanham com atenção os próximos dados e eventos que podem influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed):
- Nesta quarta-feira (28) às 15h: Ata da última reunião do Fomc, que pode sinalizar o caminho dos juros nos EUA;
- Quinta-feira (29): Segunda estimativa do PIB americano do 1º trimestre;
- Sexta-feira (30): Divulgação do índice de preços PCE, principal indicador de inflação observado pelo Fed.
Esses eventos serão cruciais para determinar o timing de eventuais cortes de juros nos EUA, o que impacta diretamente os fluxos de capital para mercados emergentes como o Brasil.
Fatores internos ainda podem gerar pressão no dólar
Apesar do alívio com a inflação, alguns fatores domésticos ainda preocupam:
- Compensação do IOF: A definição sobre como o governo compensará a renúncia de arrecadação com a redução do IOF deve sair nesta semana. Caso envolva medidas que ameacem o equilíbrio fiscal, pode provocar reversão no otimismo atual e pressionar o real.
- Ptax de fim de mês (sexta-feira): Como de praxe, o mercado deve registrar movimentos técnicos e especulativos para formação da taxa oficial de câmbio, o que tende a elevar a volatilidade nos últimos pregões do mês.