
O dólar é influenciado por diversos fatores nesta quarta-feira (14), com um cenário internacional mais ameno e um ambiente doméstico que, embora desafiador, tem jogado a favor da moeda brasileira.
Na última terça-feira (14), a moeda americana fechou o pregão em queda de 1,34%, cotada a R$ 5,608.
Esse desempenho foi ancorado pelos desdobramentos da inflação nos Estados Unidos, a manutenção de juros altos no Brasil e o avanço das commodities no mercado internacional — uma combinação que tem dado sustentação ao real.
No radar desta quinta-feira (14), os investidores ainda aguardam os dados do setor de serviços de março e o índice de confiança do consumidor de maio no Brasil.
Enquanto nos Estados Unidos, um discurso do governador do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, pode dar novas pistas sobre o rumo da política monetária americana.
O que influencia o dólar?
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA veio abaixo do esperado, marcando 2,3% nos últimos 12 meses — levemente abaixo dos 2,4% projetados.
O dado reforçou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) poderá cortar os juros em breve, reduzindo a atratividade dos títulos norte-americanos e incentivando a migração de capitais para mercados emergentes.
Segundo analistas, esse número do CPI mostra que a inflação está mais comportada, o que alimenta apostas de cortes de juros por parte do Fed. E isso muda completamente o humor do mercado.
Na visão do mercado, o resultado foi uma verdadeira injeção de otimismo nas bolsas e nos mercados de câmbio ao redor do mundo, em um típico “dia de apetite por risco”.
No Brasil, a moeda também encontrou suporte em fatores domésticos. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe um tom firme: a taxa Selic, atualmente em 14,75%, deve permanecer elevada por mais tempo diante de uma inflação ainda desancorada.
O recado foi bem recebido por investidores estrangeiros que, em busca de retornos mais altos, continuam apostando no carry trade — estratégia que envolve captar dinheiro em países com juros baixos e investir em mercados com taxas mais elevadas.
De acordo analistas, a decisão do Copom ajuda o real, pois mantém o Brasil entre os países com os maiores juros reais do mundo. Isso atrai capital externo e pressiona o dólar para baixo.
Para completar o cenário favorável, os preços do minério de ferro e do petróleo — duas das principais commodities exportadas pelo Brasil — subiram pelo segundo dia consecutivo no mercado internacional.
Com isso, aumentam as expectativas de entrada de divisas no país, fortalecendo ainda mais a moeda nacional.