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Dólar hoje dispara mais de 2% com tarifa de Trump ao Brasil; veja outros 3 fatores que influenciam

Moeda americana avança com anúncio de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e apoio de Trump a Bolsonaro

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O dólar abriu esta quinta-feira (10) em forte alta de 2,01%, com o mercado digerindo as tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil impostas por Donald Trump, a partir de 1º de agosto. Por volta das 09:15, a moeda era cotada a R$ 5,613.

A decisão, divulgada após o fechamento do mercado ontem, é sentida hoje pelos investidores.

Além das tarifas, Trump reafirmou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), em um gesto que amplia a tensão diplomática entre os dois países.

A combinação de risco geopolítico, protecionismo e imprevisibilidade criou um ambiente adverso para o real logo na abertura dos negócios.

O que mais pressiona o dólar hoje?

Além da questão tarifária, o mercado segue atento a uma série de fatores que influenciam diretamente o comportamento do dólar:

  • As atas da última reunião do Fed (FOMC), divulgadas na quarta-feira (9), mostraram que o comitê está dividido sobre o momento ideal para iniciar o corte de juros. Um corte em julho está fora do radar, mas as apostas para setembro ganharam força.

Esse movimento é chave para moedas emergentes como o real, porque o carry trade — estratégia que aproveita o diferencial de juros — se torna mais atraente quando os juros no Brasil (Selic em 15%) estão muito acima dos dos EUA.

  • Indicadores do dia

No Brasil, o destaque é a divulgação do IPCA de junho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial do país, registrou uma alta de 0,24% em junho, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos EUA, o foco será nos pedidos semanais de seguro-desemprego (9h30) e, mais tarde, nos discursos de dois membros importantes do Fed: Christopher Waller (14h15) e Mary Daly (15h30). Ambos podem dar pistas sobre o tom da política monetária americana nos próximos meses.

  • Incerteza sobre o IOF no STF

No front doméstico, há também atenção para a discussão sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Supremo Tribunal Federal (STF), que continua sem definição. O tema tem potencial de afetar o fluxo de capitais estrangeiros e pressionar ainda mais o câmbio.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.