
O dólar inicia a semana com os nervos à flor da pele. No pregão desta segunda-feira (26), a moeda americana deve seguir influenciada pelo cenário brasileiro, com questões sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), anunciadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na última sexta-feira (23), o dólar fechou o pregão em queda de 0,27%, cotado a R$ 5,645.
Isso porque, a medida do IOF foi mal recebida não apenas pelo conteúdo, mas também pela forma — anunciada sem aviso prévio e sem sinalização clara de compromisso com a responsabilidade fiscal.
A tensão, no entanto, foi parcialmente aliviada após o Ministério da Fazenda voltar atrás e suspender o aumento do IOF, o que contribuiu para um recuo da moeda no fechamento da sexta-feira (23).
Nesta segunda, os mercados dos Estados Unidos estão fechados pelo feriado de Memorial Day.
Cenário externo também impõe cautela
Do outro lado do mundo, a volatilidade continua sendo a palavra de ordem. O dólar também segue influenciado pelas tensões comerciais, após declarações do presidente Donald Trump sugerirem tarifas de até 50% sobre produtos da zona do euro, o que elevou o risco geopolítico.
Ao mesmo tempo, dirigentes do Federal Reserve (Fed) mantiveram o tom cauteloso nas declarações feitas ao longo da última semana.
A mensagem do banco central americano é que, diante das incertezas fiscais e tarifárias, não há espaço para cortes de juros em 2025 — uma postura que mantém o dólar forte no longo prazo, mas que abre espaço para movimentos especulativos no curto.
O que vai rolar na semana?
Apesar do feriado de Memorial Day nos EUA, que reduziu a liquidez do mercado nesta segunda-feira (26), os próximos dias devem trazer maior volatilidade.
A agenda econômica é carregada:
- No Brasil, os investidores monitoram a confiança do consumidor da FGV, o Boletim Focus com projeções para inflação, juros e câmbio, e o IED (Investimento Estrangeiro Direto) de abril.
- Na zona do euro, o mercado acompanha o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde.
- E na quarta-feira, os holofotes se voltam para as atas do FOMC, o comitê de política monetária do Fed, que pode trazer pistas valiosas sobre o rumo dos juros americanos.