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DÓLAR HOJE: inflação dos EUA e vai e vem das tarifas de Trump influenciam

Na última quinta-feira (29), a moeda fechou em queda de 0,50%, cotado a R$ 5,666.

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Nesta sexta-feira (30), o dólar segue influenciado por indicadores econômicos e movimentos geopolíticos. O vai e vem das tarifas do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e a inflação do país norte-americano, monitorada pelo Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) roubam a atenção dos investidores.

O PCE é o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed) e, por isso, deve render forte movimento nas cotações da moeda durante o pregão. Uma vez que a precificação da política monetária impacta diretamente o sentimento dos investidores.

Na última quinta-feira (29), o dólar fechou em queda de 0,50%, cotado a R$ 5,666.

Economia americana forte pode adiar corte de juros

Dados divulgados na última quinta-feira (29), como os pedidos de auxílio-desemprego, o Produto Interno Bruto (PIB) e o núcleo do índice de preços PCE, confirmaram a força da economia dos EUA.

A leitura predominante entre os economistas é de que o Federal Reserve (Fed) poderá manter a política monetária atual (4,25% a 4,50%) por mais tempo do que o inicialmente esperado.

Juros mais altos por mais tempo tendem a fortalecer o dólar globalmente, pois aumentam a atratividade dos ativos denominados na moeda americana.

O movimento também pressiona economias emergentes como o Brasil, que enfrentam um ambiente externo menos favorável ao fluxo de capital.

Tarifas, Trump e instabilidade jurídica

O clima de incerteza ganhou novos contornos após uma decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA (CIT), que bloqueou a maior parte das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump.

A medida, que poderia reduzir custos para os importadores, gerou preocupações fiscais, pois poderia ampliar o déficit federal.

No entanto, a decisão foi rapidamente suspensa por um tribunal federal de apelações, que avalia agora a possibilidade de uma medida mais permanente.

Enquanto isso, permanece o risco de que Trump antecipe a imposição de novas tarifas específicas, reacendendo o temor de uma nova escalada na guerra comercial.

Esse cenário instável alimenta preocupações sobre inflação, aumento de preços e possível impacto no mercado de trabalho, gerando ruído nos mercados financeiros globais.

Brasil: incerteza fiscal e foco na Ptax

No cenário doméstico, a atenção também se volta para o ambiente fiscal. A Câmara dos Deputados discute a possível revogação do decreto que reduziu o IOF.

Caso a medida seja revertida, o impacto fiscal pode ser significativo, aprofundando os desafios das contas públicas e pressionando o real.

Além disso, o mercado cambial está especialmente volátil devido ao fechamento da Ptax de final de mês.

Até as 13h30, horário de divulgação da taxa pelo Banco Central, investidores observam uma acirrada disputa entre comprados e vendidos em dólar, com forte influência nos preços de curto prazo.

Agenda carrega mais volatilidade para o dólar

A sexta-feira também é marcada por uma agenda econômica carregada no Brasil, onde saíram o superávit orçamentário de abril e o PIB do primeiro trimestre.

Nos Estados Unidos, além do núcleo do PCE, a balança comercial, o PMI de Chicago, o índice de percepção do consumidor e as expectativas de inflação de Michigan também estão previstos.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.