Câmbio

Dólar hoje: Payroll e pré feriado afetam moeda — veja cotação

Com feriado americano, acordos comerciais à vista e incerteza fiscal no Brasil, mercado de câmbio se movimenta entre apostas globais e turbulências locais

Apoio

Dólar
Foto: iStock

O dólar opera instável nesta quinta-feira (3), em dia de Payroll e pré feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. Por volta das 09:13, a moeda subia 0,14%, cotada a R$ 5,428.

Portanto, a liquidez deve ser um dos principais elementos do dia. Com o mercado dos EUA operando apenas até as 13h (horário de Brasília) e fechado na sexta-feira (4) devido ao feriado, os negócios no mercado de câmbio devem perder força após o meio-dia — o que não significa menor volatilidade, mas sim maior sensibilidade a qualquer fato novo.

Todos os olhos voltados para o Payroll

O grande destaque do dia, no entanto, é o Payroll — o relatório oficial de criação de empregos nos Estados Unidos. Os dados, que serão divulgados às 9h30, são decisivos para o rumo dos juros americanos.

Caso o número venha abaixo do esperado, o mercado interpretará como sinal verde para o Federal Reserve cortar juros mais cedo, o que tende a enfraquecer o dólar frente a outras moedas, como o real. Por outro lado, um dado mais forte pode dar novo fôlego à moeda norte-americana.

Se os dados vierem mais fraco, o mercado projeta um corte de juros ainda mais próximo — e isso pressiona o dólar para baixo. Mas se o dado surpreender positivamente, o dólar deve subir.

Dados econômicos e falas de dirigentes

Antes disso, os mercados também acompanham a divulgação dos PMIs de serviços e composto de junho, tanto no Brasil quanto na Europa.

Além disso, saem as atas da última reunião do BCE às 8h30 e, nos EUA, o mercado avalia a balança comercial de maio, a taxa de desemprego e as falas de dirigentes do Fed, como Raphael Bostic, previstas para o meio-dia.

Com tantas variáveis em jogo, os investidores tendem a adotar um comportamento mais defensivo, especialmente em um dia com menos operadores globais ativos.

No Brasil, incerteza fiscal segue no radar

Por aqui, a tensão continua em torno do imbróglio político que envolve o decreto do IOF. O governo quer manter o aumento da alíquota, enquanto o Congresso tenta barrar a medida.

A disputa está sendo levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela AGU, e o desfecho — ainda indefinido — é visto como mais um ponto de instabilidade fiscal no radar do investidor estrangeiro.

Além disso, o risco fiscal mais amplo segue pressionando o real. O número elevado de ministérios, a ausência de cortes efetivos nos gastos e os ruídos entre o governo e o Banco Central contribuem para um ambiente de aversão ao risco local.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.