
Na manhã desta sexta-feira (11), o dólar operam em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,568, às 09:10. O movimento reflete a espera de uma possível negociação entre Estados Unidos e Brasil relacionado a tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros.
A dúvida do momento é: a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros é para valer ou apenas uma jogada estratégica de pressão?
A resposta pode vir no dia 1º de agosto, data em que as sobretaxas devem entrar oficialmente em vigor — a menos que haja um acordo de bastidor que mude os rumos da disputa.
Política no centro do câmbio
Enquanto isso, o câmbio por aqui segue cada vez mais influenciado por Brasília. O embate entre Lula e Bolsonaro ganhou mais um capítulo: o atual presidente acusa o ex de ter contribuído para o isolamento diplomático do Brasil; Bolsonaro, por sua vez, diz que a retórica de Lula no Brics provocou reações negativas do governo americano.
A verdade é que o dólar se fortalece internacionalmente em momentos de incerteza — mas, neste caso, a moeda dos EUA está sendo usada também como ferramenta geopolítica.
Trump tenta blindar a economia americana enquanto mira sua reeleição, e o Brasil entrou no meio do tabuleiro.
E o Brasil na equação?
Importante lembrar que o Brasil tem uma exposição comercial relativamente pequena aos EUA: apenas 12% das exportações brasileiras têm destino americano.
Para efeito de comparação, o México manda mais de 80% de seus produtos para os Estados Unidos — ou seja, a economia mexicana é muito mais vulnerável a qualquer mudança de rumo em Washington.
Mesmo assim, o governo brasileiro estuda medidas de reciprocidade caso as tarifas se mantenham. A ameaça de uma guerra comercial total ainda é real.
Alívio vindo dos EUA?
Em meio ao turbilhão, um fio de esperança para os mercados veio da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly. Ela afirmou que, diante do arrefecimento gradual da economia dos EUA, há espaço para dois cortes nas taxas de juros ao longo de 2025. Um cenário de juros mais baixos tende a enfraquecer o dólar globalmente — o que pode beneficiar o real.