
O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (17), em meio as tensões com a volta do novo decreto do IOF e a investigação de Donald Trump sobre o Brasil. Por volta das 09:15, a moeda norte-americana subia 0,49%, cotada a R$ 5,588.
Investidores reagem à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restabeleceu quase todo o decreto do governo que eleva o IOF — com exceção do trecho sobre risco sacado.
O aumento do imposto, que havia sido suspenso pelo Congresso, volta a valer com alíquota de 3,5% para a maioria das transações.
A medida pode ajudar o governo a melhorar o desempenho fiscal no curto prazo, mas pressiona duramente os custos de operação no mercado de câmbio, prejudicando bancos e clientes — e adicionando incerteza regulatória em um momento de já alta volatilidade.
A decisão ainda precisa ser ratificada pelo plenário do STF, o que pode manter a tensão elevada nos próximos dias.
Sobretudo, essa medida reforça a cautela nos mercados, já afetados pelas tensões comerciais com os EUA após a ameaça de Trump de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu uma negociação urgente com os EUA e não descartou prorrogação do prazo para o diálogo.
Na agenda econômica do dia
No Brasil, a inflação medida pelo IGP-10 caiu 1,65% em julho, acelerando a deflação em relação a junho (-0,97%), segundo a FGV.
No ano, o índice acumula queda de 1,42%, mas registra alta de 3,42% em 12 meses. A queda foi puxada pelo recuo nos preços do café em grão e da gasolina, que impactaram o IPA (-2,42%) e o IPC (0,13%).
No INCC (0,57%), houve desaceleração devido à menor pressão dos reajustes salariais no setor de mão de obra. A redução nas diferentes etapas de produção indica arrefecimento da inflação no atacado e no varejo.
Já no exterior, o mercado monitora os dados de vendas no varejo e pedidos de seguro-desemprego nos EUA (às 9h30), além de discursos de membros do Federal Reserve à tarde.