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Dólar hoje: tarifas de Trump voltam a assombrar câmbio — confira cotação

Anúncio de tarifas contra países do Brics, Japão e Coreia do Sul agita cenário internacional; agenda fiscal americana e expectativa por juros também estão no radar

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O dólar abriu em queda nesta terça-feira (8) sob forte influência do cenário internacional, marcado por novas ameaças comerciais do presidente Donald Trump, incertezas sobre a política monetária nos Estados Unidos e a divulgação de dados econômicos relevantes no Brasil e no exterior. Por volta das 09:15, a moeda norte-americana recuava 0,32%, cotada a R$ 5,459.

A principal faísca no mercado cambial vem de Trump, que prometeu impor uma tarifa adicional de 10% sobre as exportações dos países do Brics — grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A medida, caso se concretize, pode representar um duro golpe para os países emergentes e provocar forte aversão ao risco nos mercados globais.

Além disso, Trump anunciou tarifas pesadas a outros países asiáticos:

  • Japão e Coreia do Sul serão taxados em 25% a partir de agosto;
  • Laos e Mianmar, em 40%;
  • Malásia e Cazaquistão, também com tarifas de 25%;
  • A África do Sul será atingida com tarifa de 30%.

O mercado ainda aguarda se essas tarifas serão mesmo oficializadas via decreto — o prazo para isso, inicialmente marcado para 9 de julho, pode ser adiado para 1º de agosto, o que mantém o clima de incerteza e volatilidade nas próximas semanas.

Tensão extra: fiscal nos EUA e juros no radar

Além da ofensiva comercial, investidores monitoram os rumores sobre a agenda fiscal de Trump, com possibilidade de cortes de impostos caso ele retorne à Casa Branca.

O tema divide analistas: de um lado, pode impulsionar o crescimento; de outro, eleva preocupações com o déficit público e pressão inflacionária.

Nesse contexto, o Federal Reserve (Fed) aparece dividido. Com a inflação ainda acima da meta, a possibilidade de corte nos juros em 2024 segue incerta.

Hoje o mercado opera em expectativas a divulgação das atas da última reunião de política monetária do Fed, que serão publicadas na próxima quarta-feira (9).

Investidores buscam pistas mais concretas sobre os próximos passos da autoridade monetária.

No Brasil: foco no varejo

Por aqui, o dado mais relevante da agenda econômica desta terça é a divulgação das vendas no varejo de maio, às 9h.

O desempenho do setor é um termômetro importante para a atividade econômica e pode impactar as expectativas sobre os juros futuros, além de influenciar o comportamento do real frente ao dólar.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.