
O dólar encerrou a última segunda-feira (19) em queda de 0,25%, cotado a R$ 5,654. A movimentação reflete um cenário de reavaliação de riscos fiscais nos Estados Unidos e reforço do apelo dos ativos brasileiros, num ambiente em que o juro alto segue como âncora para o real.
O que influencia o dólar hoje?
Nesta terça-feira (20), a moeda deve seguir recuando frente ao real, uma vez que o mercado segue mais cauteloso em relação aos investimentos nos EUA e mais otimistas com o juros do Brasil.
A principal influência para isso é o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência Moody’s. A medida reacendeu preocupações com a sustentabilidade fiscal da maior economia do mundo, justamente em um momento de juros elevados, o que torna a rolagem da dívida pública americana ainda mais onerosa.
Enquanto isso, no cenário doméstico, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçou que a taxa de juros brasileira deve permanecer elevada por mais tempo.
Sem indicar quando poderá haver cortes, Galípolo reiterou que a autoridade monetária está comprometida com a meta de inflação e seguirá dependente dos dados econômicos.
Essa postura mais firme contribui para manter o real atrativo frente ao dólar, uma vez que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos continua alto — cenário favorável para a entrada de fluxo estrangeiro no país, especialmente via operações de carry trade.
No entanto, nem tudo é otimismo. A votação, prevista para esta terça-feira (20), de um projeto no Plenário da Câmara dos Deputados que prevê a criação de novas carreiras e reajustes salariais para servidores públicos traz uma dose de preocupação fiscal.
Caso aprovado, o projeto poderá pressionar ainda mais as contas públicas, e isso pode trazer desconforto para o mercado cambial ao longo do dia.
Agenda do dia
No front de dados econômicos, esta terça-feira (20) traz uma agenda mais leve. Na Europa, o destaque será a divulgação da confiança do consumidor em maio.
Já nos Estados Unidos, investidores acompanham com atenção os discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed), incluindo Raphael Bostic, Thomas Barkin e Susan M. Collins, que podem oferecer novas pistas sobre a trajetória dos juros por lá.