- O dólar iniciou o dia em alta de 0,38%, cotado a R$ 6,069, após queda de 0,57% na véspera
- Mercado aguarda a divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, com possível impacto na decisão de juros do Fed
- O mercado espera aumento de até 1 ponto percentual na Selic após a reunião do Copom, devido a pressões inflacionárias
- O Banco Central realizará leilão de até 15.000 contratos de swap cambial para rolar vencimento de 2025, visando estabilizar o câmbio
O dólar iniciou o dia em alta frente ao real nesta quarta-feira (11), recuperando parcialmente as perdas registradas na véspera. Às 10h01, a moeda americana subia 0,38%, sendo cotada a R$ 6,069 na compra e R$ 6,070 na venda.
A movimentação dos mercados está voltada para dois eventos que têm o potencial de influenciar as decisões de política monetária em ambas as economias: a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos e a decisão sobre a taxa de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.
Na terça-feira, o dólar à vista havia fechado o dia com queda de 0,57%, a R$ 6,0478. No entanto, com as expectativas de novos dados macroeconômicos, o mercado financeiro voltou a se ajustar.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava queda de 0,04%, cotado a 6.054 pontos.
Inflação nos EUA e o impacto na política do Fed
O mercado global está particularmente atento à divulgação do relatório de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que será publicado às 10h30 (horário de Brasília). Esse indicador será fundamental para a definição da política monetária do Federal Reserve, o banco central americano.
Os analistas estão quase certos de que o Fed cortará a taxa de juros em 0,25 pontos percentuais na reunião do dia 18 de dezembro. No entanto, se o índice de inflação vier acima das expectativas, pode haver uma alteração na trajetória da política monetária, com uma possível pausa no ciclo de corte de juros, o que influenciaria diretamente a cotação do dólar.
De acordo com Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, “o mercado vai se apegar hoje na questão da precificação do CPI, pois é o último índice macroeconômico importante antes da decisão de juros.”
O desempenho do dólar em relação a outras moedas também é influenciado pelo comportamento global da moeda americana, que subia 0,29%, a 106,660, no índice do dólar, que mede o desempenho da divisa frente a uma cesta de seis moedas estrangeiras.
Além disso, os mercados também seguem atentos a qualquer anúncio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que poderia influenciar a economia global com suas promessas de campanha, como tarifas comerciais, consideradas inflacionárias. Isso, segundo analistas, poderia manter a pressão sobre os juros dos EUA no próximo ano.
Expectativas para o Copom: aumento na selic
No Brasil, o foco do mercado está voltado para a reunião do Copom, que definirá a última decisão de juros do ano.
O Banco Central está projetando um aperto monetário devido ao aumento das expectativas de inflação, além de sinais de superaquecimento da economia.
O mercado já precificou a aceleração do ritmo de aumento da Selic, após a alta de 0,5 ponto percentual em novembro. Agora, os agentes financeiros apostam em uma elevação de até 1 ponto percentual na taxa, que atualmente está em 11,25% ao ano.
No momento, as apostas estão divididas, com 69% de chance do Copom optar por um aumento mais agressivo de 1 ponto, enquanto outros operadores ainda acreditam em uma alta de 0,75 ponto percentual.
“É inevitável um aumento da nossa taxa. A questão é saber o quanto”, afirmou Avallone, em referência à expectativa de um aperto monetário ainda mais intenso para conter pressões inflacionárias internas.
Mercado reage ao ambiente global e local
O Banco Central do Brasil também realizará um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de janeiro de 2025. Esse movimento do BC visa garantir a estabilidade da moeda frente à volatilidade externa. E, assim, reduzir o impacto dos juros altos nos mercados financeiros.
No mercado de câmbio, o dólar comercial segue com os seguintes valores: a compra está cotada a R$ 6,069 e a venda a R$ 6,070. Já o dólar turismo apresenta uma variação maior, com a compra a R$ 6,049 e a venda a R$ 6,229.
Em resumo, o dia está repleto de expectativas para os mercados, com a inflação dos EUA e a decisão de juros do Copom. Contudo, servindo como fatores determinantes para o comportamento da moeda americana frente ao real.
O ambiente global e local segue tenso, com investidores e analistas de olho nas ações dos bancos centrais e nas possíveis repercussões nos mercados financeiros.