- O dólar à vista opera com queda de 0,35%, cotado a R$ 6,075, ampliando as perdas da véspera
- Mercados aguardam os dados de inflação dos EUA, que podem influenciar a política monetária e o apetite por ativos de risco
- O possível retorno de Donald Trump à presidência dos EUA adiciona incertezas políticas e econômicas, impactando o mercado cambial
O dólar à vista iniciou a terça-feira (14) com queda frente ao real, ampliando as perdas registradas na véspera. Às 9h13, a moeda americana operava em baixa de 0,35%, sendo negociada a R$ 6,075 na compra e R$ 6,076 na venda.
O movimento ocorre enquanto os mercados aguardam com expectativa os dados de inflação dos Estados Unidos, que podem influenciar a política monetária do Federal Reserve. E, também, o impacto do retorno do ex-presidente Donald Trump à Casa Branca.
Na segunda-feira (13), o dólar à vista havia fechado com leve queda de 0,08%, cotado a R$ 6,0980. A diminuição nas taxas de câmbio reflete uma redução na aversão ao risco dos investidores. Que, após semanas de incertezas econômicas e políticas, começam a reavaliar as perspectivas para o curto e médio prazo.
A redução na cotação do dólar também acontece em meio ao otimismo moderado nos mercados financeiros. No entanto, que seguem acompanhando de perto os desenvolvimentos econômicos tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.
Expectativa pelos dados de inflação
O grande foco dos mercados nesta semana está nos dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados nos próximos dias.
As expectativas estão altas em relação a esses números, já que uma inflação mais baixa poderia sinalizar que o Federal Reserve adotará uma postura mais dovish (mais acomodatícia) na condução da política monetária. E, portanto, o que poderia resultar em um alívio nas taxas de juros.
A pressão inflacionária nos EUA tem sido uma das principais preocupações para os mercados globais. E, ainda, um sinal de desaceleração pode gerar um ambiente de maior confiança nos ativos de risco, como o real e outras moedas de países emergentes.
Caso os dados confirmem uma tendência de alívio na inflação, isso poderia fortalecer o apetite por ativos em mercados fora dos Estados Unidos. Assim, colaborando para a valorização das moedas emergentes, como o real.
O impacto do retorno de Trump
Outro fator que movimenta os mercados é o retorno do ex-presidente Donald Trump ao cenário político dos Estados Unidos.
Trump, que recentemente anunciou sua candidatura à presidência nas eleições de 2024, tem gerado grandes expectativas entre investidores e analistas sobre os rumos da economia americana e suas políticas fiscais.
A possível volta de Trump à Casa Branca, especialmente em um cenário de recuperação econômica pós-pandemia e com a inflação sob controle, poderia trazer mudanças significativas na política externa e econômica dos Estados Unidos. Dessa forma, incluindo a relação comercial com países como a China e o Brasil.
Esse fator também pesa sobre as cotações do dólar, já que sua política de protecionismo e taxação de importações pode afetar a dinâmica do comércio global e impactar diretamente a cotação do dólar.
O Papel do Banco Central e o Mercado de Câmbio Brasileiro
No Brasil, o Banco Central realizará nesta terça-feira (14) um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional. Ainda, com o objetivo de fazer a rolagem do vencimento que ocorre em 3 de fevereiro de 2025.
Os swaps cambiais têm sido utilizados pelo Banco Central como uma ferramenta para administrar a volatilidade do câmbio. E, assim, controlar as pressões inflacionárias que podem surgir em razão de flutuações na moeda estrangeira.
O mercado também observa atentamente os movimentos do governo brasileiro e suas estratégias econômicas, que podem influenciar diretamente o comportamento do real.
A continuidade da política monetária do Banco Central e a condução da economia brasileira sob o governo atual são fatores fundamentais para a determinação da trajetória da moeda local nos próximos meses.
Dólar comercial e turismo
Em relação ao dólar comercial, o valor da moeda no mercado à vista segue o comportamento observado nas últimas semanas, mantendo-se perto de R$ 6,09 tanto na compra quanto na venda.
Já o dólar turismo, com um valor superior ao comercial, é cotado a R$ 6,17 na compra e R$ 6,35 na venda. Assim, refletindo as tarifas e taxas cobradas pelas casas de câmbio e bancos.
Em resumo, o dia apresenta um cenário de moderada apreciação do real frente ao dólar, impulsionado por expectativas mais otimistas em relação aos dados econômicos dos EUA e o retorno de Donald Trump ao cenário político.
A atenção dos investidores permanece voltada para a inflação nos Estados Unidos e as possíveis consequências no mercado de câmbio global, enquanto o Brasil segue acompanhando os desdobramentos internos e as ações do Banco Central para manter a estabilidade econômica.