Tensões comerciais

Dólar oscila com dados dos EUA e decisões de Trump

Movimentações no câmbio refletem expectativas sobre política monetária americana e tensões comerciais globais e dólar opera em alta.

Fonte/Reprodução
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  • O índice de preços ao consumidor caiu 0,1% em março, abaixo da expectativa de alta, e anualizou 2,4%
  • Após forte baixa na véspera, o dólar à vista voltou a subir nesta quinta-feira, cotado a R$ 5,864
  • Investidores reagem à pausa nas tarifas anunciada por Trump e acompanham novos dados econômicos dos EUA

O dólar à vista iniciou esta quinta-feira (10) com leve alta frente ao real, revertendo a queda expressiva da sessão anterior. A movimentação no câmbio ocorreu após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que recuou 0,1% em março, após um aumento de 0,2% em fevereiro.

A inflação acumulada em 12 meses desacelerou para 2,4%, abaixo da projeção da Reuters, que esperava uma alta mensal de 0,1%.

O resultado surpreendeu parte dos investidores, que esperavam um cenário mais aquecido. Com os custos de energia mais baixos e a dissipação dos aumentos de preços registrados no início do ano, o dado reforçou a percepção de que a pressão inflacionária pode estar perdendo força nos EUA.

No entanto, o número também trouxe incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve em relação à política de juros. Dessa forma, o que ampliou a volatilidade dos mercados de câmbio.

Às 9h45, o dólar à vista subia 0,29%, cotado a R$ 5,863 na compra e R$ 5,864 na venda. No mercado futuro da B3, o contrato para maio avançava 0,33%, aos 5.863 pontos.

O movimento marca uma virada em relação à sessão anterior. Quando a moeda americana caiu 2,53%, encerrando em R$ 5,8467, após três dias consecutivos de valorização.

Trump pausa tarifas e agita o mercado cambial

Outro fator que movimentou o câmbio foi a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou uma pausa de 90 dias na cobrança de tarifas adicionais sobre produtos importados de diversos países, em especial da China.

A suspensão temporária da retaliação trouxe certo alívio às tensões comerciais. Contudo, que haviam contribuído para o dólar ultrapassar a marca de R$ 6 nos últimos dias.

Na quarta-feira (9), a sinalização de Trump favoreceu uma recuperação do real e de outras moedas emergentes. No entanto, nesta quinta-feira, os investidores retomaram uma postura mais cautelosa, atentos aos desdobramentos da política externa norte-americana e aos próximos dados macroeconômicos dos EUA, que continuam a moldar as expectativas sobre o comportamento do dólar no curto prazo.

Apesar da pausa nas tarifas, analistas alertam que a instabilidade nas relações comerciais entre os EUA e a China segue como um risco relevante para os mercados globais. Além disso, a postura do Federal Reserve diante da inflação mais baixa pode influenciar fortemente os rumos do dólar nas próximas semanas.

Banco Central atua para controlar volatilidade

Para conter oscilações bruscas no câmbio, o Banco Central anunciou para esta quinta-feira um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional. A medida visa rolar o vencimento de derivativos previsto para 2 de maio de 2025, funcionando como um instrumento para fornecer liquidez ao mercado e suavizar a volatilidade da moeda americana.

Enquanto isso, o dólar turismo continua com forte pressão de alta. A moeda é vendida a R$ 6,084 e comprada a R$ 5,904 nas casas de câmbio. Assim, refletindo tanto a valorização no mercado à vista quanto as margens operacionais das instituições financeiras.

A proximidade da cotação com os R$ 6 gera preocupação entre consumidores e empresários que lidam com importações e viagens internacionais.

O cenário segue volátil e com tendência indefinida, à medida que os investidores monitoram os dados econômicos americanos. Junto às decisões de política monetária e eventos políticos globais.

A expectativa é de que o dólar continue sensível a qualquer sinal vindo do Federal Reserve, da Casa Branca e do cenário geopolítico nas próximas semanas.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ