Política cambial

Dólar oscila em meio a impasse político de Trump e tensão global

Moeda recua pelo terceiro dia consecutivo no exterior, pressionada por incertezas no Congresso dos EUA e temores de estratégia deliberada.

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  • Falta de apoio a projeto tributário de Trump pressiona dólar globalmente
  • Temores de política cambial agressiva aumentam incerteza sobre o rumo do dólar
  • Real mostra resiliência, mas segue vulnerável à volatilidade externa

O dólar começou esta quarta-feira (21) operando próximo à estabilidade em relação ao real, refletindo as tensões políticas nos Estados Unidos e o receio de que Washington possa adotar uma política cambial mais agressiva.

Às 9h10, a moeda norte-americana recuava 0,01%, cotada a R$ 5,668 na venda. Ao longo do mês, a moeda acumula leve queda de 0,15%, demonstrando um comportamento volátil diante de fatores externos.

Na B3, o dólar futuro para junho, que concentra a maior liquidez do mercado, avançava 0,04%, sendo negociado a 5.678 pontos. No mercado de turismo, o dólar era vendido por R$ 5,693, enquanto a compra registrava valor mais elevado, a R$ 5,873, sinalizando cautela por parte de casas de câmbio e operadores.

Impasse político trava avanços no Congresso dos EUA

O principal fator de instabilidade cambial no momento é o fracasso do presidente norte-americano Donald Trump em obter apoio suficiente entre os próprios republicanos para aprovar sua ambiciosa reforma tributária.

A proposta, que prometia reduzir impostos corporativos e aumentar investimentos, enfrenta resistência dentro do Congresso, o que minou a confiança dos mercados.

A ausência de um consenso político amplia a percepção de risco nos Estados Unidos. Dessa forma, o que afeta diretamente a força do dólar globalmente.

Investidores passaram a revisar projeções sobre o crescimento da economia norte-americana. Contudo, o que pressiona os rendimentos dos títulos do Tesouro e abre espaço para perdas na moeda americana.

O dólar tem recuado pelo terceiro dia consecutivo frente a uma cesta de moedas fortes, como euro, iene e libra esterlina, refletindo essa aversão a ativos atrelados à incerteza política nos Estados Unidos.

Temor de dólar fraco agrava tensão internacional

Além do cenário doméstico nos EUA, o mercado também observa com atenção as reuniões dos ministros das Finanças do G7, que ocorrem no Canadá. Há especulações de que representantes dos Estados Unidos possam defender um dólar mais fraco como estratégia para impulsionar as exportações americanas e reequilibrar a balança comercial.

Essa possibilidade, no entanto, causou inquietação entre operadores e governos estrangeiros. Contudo, que veem no movimento uma quebra dos acordos multilaterais e uma escalada na guerra cambial.

Caso se confirme essa intenção por parte de Washington, o dólar poderá perder força globalmente no curto prazo, mas com efeitos colaterais no médio prazo, como aumento das tensões geopolíticas e fuga de capitais dos países emergentes.

Real sob influência externa, mas com proteção parcial

No Brasil, apesar do impacto direto dos acontecimentos internacionais sobre o câmbio, o real tem mostrado certa resiliência. O Banco Central segue monitorando o mercado e atua quando necessário por meio de leilões de swap cambial ou operações à vista.

A leve baixa no mês e a estabilidade na manhã de hoje mostram que o real não está isoladamente vulnerável, mas que seu comportamento dependerá do desenrolar dos acontecimentos no cenário externo.

Investidores devem continuar atentos às movimentações em Washington e aos desdobramentos no G7, que podem mudar drasticamente o rumo do câmbio nas próximas sessões.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.