Oscilação e sensibilidade

Dólar recua após susto com inflação e cotação surpreende

Moeda norte-americana abre em queda após avanço tímido da prévia da inflação, os investidores monitoram política comercial dos EUA.

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  • Inflação abaixo do esperado impulsiona queda do dólar frente ao real
  • Banco Central faz leilão de linha de até US$ 1 bi para conter volatilidade
  • Mercado monitora política comercial dos EUA, com foco em tarifas e acordos

O dólar iniciou esta terça-feira (27) em leve queda frente ao real, refletindo a reação positiva do mercado ao IPCA-15 de maio, que veio abaixo das expectativas.

Às 9h10, o dólar à vista recuava 0,20%, negociado a R$ 5,665 na venda. No mercado futuro, o contrato de dólar para junho (o mais líquido) subia 0,03%, aos 5.670 pontos na B3, indicando cautela moderada.

A desvalorização da moeda norte-americana ocorre após uma alta de 0,50% registrada na véspera, quando a cotação encerrou o dia a R$ 5,6757. A oscilação reflete a sensibilidade dos investidores aos dados macroeconômicos domésticos. Além das incertezas persistentes no cenário internacional, principalmente relacionadas à política comercial dos Estados Unidos.

Inflação abaixo do esperado dá fôlego ao real

A divulgação do IPCA-15 de maio, considerado a prévia da inflação oficial, foi o principal gatilho para a queda do dólar nesta manhã. O índice subiu 0,36% no mês, desacelerando em relação ao avanço de 0,43% registrado em abril. No acumulado do ano, a inflação ficou em 2,80%, enquanto nos últimos 12 meses chegou a 5,40%.

Os números vieram abaixo do projetado pelo mercado, que esperava alta de 0,44% no mês e 5,49% no acumulado em 12 meses, segundo pesquisa da Reuters. A surpresa positiva ajudou a reduzir a pressão sobre o câmbio. Dessa forma, sugerindo que o Banco Central poderá manter um tom mais neutro em sua política monetária, o que agrada os investidores que operam com ativos brasileiros.

BC age para conter volatilidade

O Banco Central anunciou um leilão de linha nesta terça-feira, com compromisso de recompra, no valor de até US$ 1 bilhão, como parte do processo de rolagem de vencimentos previstos para 2 de julho.

A operação serve como instrumento para reduzir pressões pontuais sobre o câmbio. E, assim, fornecer liquidez ao mercado em momentos de maior incerteza.

O leilão, no entanto, ocorre das 10h30 às 10h35 e demonstra a disposição da autoridade monetária em atuar de forma preventiva diante das oscilações do dólar, especialmente em um momento em que fatores externos e internos elevam a volatilidade do mercado de câmbio.

Investidores seguem atentos à política comercial

Além dos dados domésticos, o comportamento do dólar nesta terça-feira também reflete a atenção dos agentes financeiros ao cenário internacional, especialmente à política comercial dos Estados Unidos.

Sinais de novas medidas protecionistas por parte do governo norte-americano têm gerado incertezas nos mercados emergentes. Contudo, afetando o fluxo de capitais e, consequentemente, a taxa de câmbio no Brasil.

A expectativa sobre acordos tarifários com a China e a União Europeia ainda está no radar dos investidores. Dessa forma, podendo provocar novos movimentos nos ativos internacionais e pressionar moedas como o real.

Dólar hoje: confira as cotações

  • Dólar comercial:
    • Compra: R$ 5,664
    • Venda: R$ 5,665
  • Dólar turismo:
    • Compra: R$ 5,879
    • Venda: R$ 5,699
Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.