
- O dólar iniciou a segunda-feira (27) com leve queda de 0,12%, a R$ 5,911, após impasse comercial entre EUA e Colômbia
- Investidores ficaram cautelosos após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar tarifas contra a Colômbia, aumentando o temor de mais conflitos comerciais
- O Banco Central fará hoje um leilão de swap cambial tradicional para rolar contratos com vencimento em março de 2025, buscando maior previsibilidade no mercado
O dólar iniciou esta segunda-feira (27) com uma leve queda ante o real, refletindo as preocupações dos investidores com as promessas de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Contudo, após um impasse entre os EUA e a Colômbia no fim de semana.
A disputa, que quase levou a uma guerra comercial, gerou incertezas e reacendeu dúvidas sobre a postura do presidente americano em relação às políticas comerciais internacionais.
A cotação do dólar
Às 10h19, o dólar à vista registrava uma baixa de 0,12%, cotado a R$ 5,911 para compra e venda. Já o contrato de dólar futuro com primeiro vencimento na B3 subia 0,41%, a R$ 5,941.
Na sexta-feira, o dólar fechou a 5,9182 reais, com uma queda leve de 0,12%. No entanto, o que marcou a menor cotação desde 27 de novembro do ano passado. Na semana passada, a moeda americana acumulou uma queda de 2,42%.
Apesar da abertura positiva, o mercado foi impactado pelo episódio envolvendo a Colômbia e a ameaça de Trump de impor tarifas comerciais. O impasse entre os dois países quase gerou uma crise econômica.
Washington e Bogotá chegaram a um acordo de última hora, com a Colômbia aceitando receber os imigrantes deportados, o que fez os EUA desconsiderarem a ameaça de sanções e tarifas.
Temor à Trump
Entretanto, o episódio reacendeu o temor de que Trump possa adotar uma postura mais agressiva em relação às políticas tarifárias. No início do ano, o presidente americano sugeriu publicamente que preferia negociar um acordo comercial com a China, seu principal alvo de sanções, a impor novas tarifas. Isso gerou especulações sobre uma postura mais moderada.
“O alívio tarifário da semana passada foi um bom sinal, mas as ameaças de tarifas podem ser apenas temporariamente postergadas. A ameaça feita à Colômbia reforça a imprevisibilidade de Trump e a incerteza sobre o rumo que sua política comercial tomará”, afirmou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
Além disso, a expectativa dos investidores está voltada para os próximos movimentos do Banco Central. Que, no entanto, realizará um leilão de swap cambial tradicional para rolar contratos com vencimento em março de 2025.
O leilão visa dar maior previsibilidade ao mercado cambial, ajudando a controlar a volatilidade do real frente ao dólar.
Em relação ao dólar turismo, a cotação ficou mais alta, com o preço de compra a R$ 5,943 e venda a R$ 6,123. Dessa forma, refletindo a diferença de valor entre as operações de compra para viagem e o mercado comercial.
Mercado no geral
O impacto da política comercial de Trump também foi sentido nas bolsas, com o mercado demonstrando cautela. A alta volatilidade nas moedas e as incertezas políticas globais levam os investidores a repensar a busca por risco no mercado. Especialmente em um cenário com promessas de tarifas comerciais e mudanças nas relações diplomáticas internacionais.