Movimentações monetárias

Dólar recupera perdas com expectativas de reuniões dos Bancos Centrais e Reforma do IR

Mercado financeiro aguarda movimentações importantes na política monetária e fiscal, impactando a cotação da moeda norte-americana.

Imagem/Reprodução
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  • O dólar à vista subiu 0,29% nesta manhã, recuperando parte das perdas da véspera, com a cotação alcançando R$ 5,702
  • O mercado financeiro observa de perto a proposta de Lula de ampliar a faixa de isenção, com receios sobre o impacto fiscal
  • O Copom e o Federal Reserve devem divulgar suas decisões sobre a taxa de juros na quarta-feira, influenciando o comportamento do dólar

O dólar à vista iniciou a terça-feira (18) com valorização ante o real, após fechar a sessão anterior com a menor cotação desde novembro de 2024. Esse movimento de recuperação ocorre no contexto de um mercado atento a uma série de eventos importantes para a economia brasileira e internacional.

Entre os destaques da agenda estão as reuniões de bancos centrais ao longo da semana. Além das especulações em torno da reforma do Imposto de Renda, proposta pelo governo brasileiro.

O que aconteceu com o dólar hoje?

Às 9h12 desta terça-feira, o dólar à vista subia 0,29%, cotado a R$ 5,702 tanto na compra quanto na venda. Este valor representa uma recuperação das perdas registradas na sessão anterior. Ainda, quando a moeda fechou a R$ 5,6759, a menor cotação desde 7 de novembro de 2024.

Na B3, o contrato futuro de dólar para abril também demonstrava uma valorização de 0,32%, alcançando R$ 5,724.

Os investidores estão acompanhando atentamente as movimentações tanto no cenário nacional quanto internacional. Contudo, já que há uma série de fatores que podem impactar a moeda brasileira nos próximos dias.

A reforma do Imposto de Renda

A proposta de reforma do Imposto de Renda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é um dos principais fatores que influenciam a cotação do dólar neste momento. O projeto prevê a ampliação da faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000, uma medida que gera receios no mercado financeiro.

A principal preocupação dos investidores é com a possibilidade de a reforma afetar negativamente as contas públicas. De acordo com fontes que falaram à Reuters, o governo brasileiro pode compensar a perda de arrecadação com a proposta de uma nova taxação de 10% sobre lucros e dividendos remetidos ao exterior.

Essa medida, no entanto, visa neutralizar parte da renúncia fiscal gerada pela ampliação da faixa de isenção.

Expectativa para reuniões dos bancos centrais

Além da reforma do Imposto de Renda, o mercado também está de olho em eventos internacionais que podem impactar a cotação do dólar. Esta semana, tanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil quanto o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos realizam reuniões importantes.

Ambas as instituições devem anunciar suas decisões sobre as taxas de juros na quarta-feira (20). E, dessa forma, os investidores estão cautelosos em relação ao impacto dessas decisões sobre a economia global e local.

No Brasil, o Copom deve analisar o cenário inflacionário e decidir se mantém ou ajusta a taxa básica de juros, a Selic, que tem impacto direto sobre a atratividade do mercado financeiro para investidores estrangeiros. Nos Estados Unidos, o Fed também deve decidir se mantém sua postura de juros elevados, o que pode afetar a valorização do dólar frente a outras moedas emergentes, incluindo o real.

O que esperar para o futuro?

Nos próximos dias, o mercado deverá continuar altamente sensível aos anúncios tanto da política monetária brasileira quanto da americana. A reforma do Imposto de Renda também seguirá como um ponto de atenção, especialmente considerando as reações do mercado à proposta de taxação de lucros e dividendos.

Por ora, o cenário permanece de cautela, com o dólar à vista flutuando em torno dos R$ 5,70, enquanto os investidores aguardam os desdobramentos desses eventos cruciais.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ