- O dólar à vista registrou alta de 0,81% nesta quinta-feira, cotado a R$ 5,913, após o Copom elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual
- Investidores também aguardam a divulgação de dados econômicos importantes no Brasil e nos EUA, que podem influenciar a política monetária e o valor do dólar
- O Banco Central realizará um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de março de 2025, ajudando a equilibrar o mercado cambial
O dólar à vista iniciou esta quinta-feira (30) em alta ante o real, refletindo as reações dos investidores à recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual. E, ao mesmo tempo, absorvendo as movimentações nos mercados globais.
Às 9h10, a moeda americana operava com alta de 0,81%, sendo cotada a R$ 5,913 na compra e R$ 5,914 na venda. Enquanto o contrato de dólar futuro na B3 subia 1,30%, alcançando 5.931 pontos.
Na véspera, o dólar à vista fechou em leve queda de 0,02%, cotado a R$ 5,8682, marcando a menor cotação desde 26 de novembro do ano passado. Ainda, quando a moeda americana foi negociada a R$ 5,8096.
A movimentação recente do dólar reflete a cautela dos investidores diante da decisão do Copom e as expectativas para a divulgação de uma série de dados econômicos que podem influenciar o rumo da política monetária no Brasil e nas principais economias globais.
Reação ao aumento da taxa Selic
Na quarta-feira (29), o Copom decidiu por unanimidade aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 13,25% para 14,25% ao ano. A decisão foi amplamente aguardada pelo mercado, que esperava uma ação mais forte do Banco Central para tentar controlar a inflação persistente.
O aumento da taxa de juros tem como objetivo conter a pressão inflacionária, mas também impacta a atratividade do real no mercado cambial. Dessa forma, refletindo na alta do dólar.
O mercado tem analisado com atenção a estratégia do Banco Central, pois a Selic elevada pode continuar impactando o fluxo de capitais. E, ao mesmo tempo em que pode prejudicar a recuperação econômica, ao tornar o crédito mais caro e reduzir o consumo.
A alta do dólar observada nas primeiras horas de negociação desta quinta-feira também é reflexo dessa cautela. Assim, com investidores precavendo-se para o futuro imediato da economia brasileira.
Influência dos dados globais e decisão do Federal Reserve
Além das movimentações internas do Brasil, o mercado também está atento às decisões externas. O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, tem sinalizado sua postura em relação à política monetária, com possíveis efeitos sobre o valor do dólar globalmente.
A expectativa é que a decisão de elevação das taxas de juros no Brasil tenha impacto direto nas relações cambiais com o dólar. Em especial, se a política monetária americana continuar a se apertar.
Neste contexto, o mercado está particularmente focado na divulgação de dados econômicos relevantes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
As informações sobre a inflação, taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), e outros indicadores importantes serão fundamentais para guiar as expectativas do mercado, influenciando o movimento das moedas e os rumos das políticas monetárias em ambos os países.
Leilão do Banco Central e os contratos de swap cambial
O Banco Central, para lidar com a volatilidade cambial, também anunciou que realizará um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional. O objetivo é a rolagem do vencimento programado para 5 de março de 2025, o que contribui para equilibrar o mercado de câmbio e dar maior previsibilidade ao fluxo de capital no Brasil.
Esses contratos de swap cambial permitem que o BC regule a quantidade de dólares em circulação no mercado. Assim, ajustando as expectativas e evitando grandes oscilações na cotação da moeda.
Cotação do dólar hoje
Hoje, o dólar comercial apresenta os seguintes valores:
- Compra: R$ 5,913
- Venda: R$ 5,914
Já o dólar turismo está cotado com as seguintes variações:
- Compra: R$ 5,908
- Venda: R$ 6,088
Esses números demonstram o movimento de valorização do dólar, reflexo das incertezas internas e externas que ainda permeiam o cenário econômico.