- O dólar comercial registrou alta de 0,43%, cotado a R$ 6,205, com investidores analisando dados econômicos, como o IPCA-15 de dezembro
- O índice de inflação prévia subiu 0,34% em dezembro, gerando preocupações sobre uma possível pressão inflacionária no Brasil
- Enquanto o dólar sobe no Brasil, ele se enfraquece frente a outras divisas fortes, como o euro e o yen japonês
O dólar comercial abriu a sessão de sexta-feira (27) com alta em relação ao real, refletindo o impacto de uma série de dados econômicos divulgados no Brasil. Enquanto a moeda norte-americana apresentava um desempenho negativo em relação às principais divisas globais.
A informação foi divulgada em meio a uma análise dos investidores sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de dezembro. Contudo, considerado uma prévia da inflação oficial do país.
A cotação
Às 9h12, o dólar à vista registrava alta de 0,43%, sendo cotado a R$ 6,205 na compra e R$ 6,206 na venda. O contrato futuro de dólar na B3, por sua vez, também subia 0,27%, alcançando 6.210 pontos.
A movimentação de alta ocorre enquanto o Banco Central do Brasil ainda não anunciou novas intervenções cambiais significativas para este dia. Exceto por um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, destinado a rolar o vencimento de 3 de fevereiro de 2025.
O desempenho do dólar no Brasil foi influenciado principalmente pela divulgação do IPCA-15, índice que registrou uma alta de 0,34% em dezembro. Ainda, após o aumento de 0,62% no mês anterior.
Este dado trouxe certa preocupação para os investidores, pois, embora seja uma prévia da inflação oficial, ele pode sinalizar uma pressão inflacionária maior do que o esperado para o futuro próximo. A expectativa de novos aumentos nos preços dos alimentos e serviços pesou sobre a movimentação do real.
Comparações
Em comparação com o exterior, a moeda norte-americana enfraqueceu diante de outras divisas fortes. Os investidores notaram a baixa do dólar, especialmente contra o euro e o yen japonês, refletindo uma postura mais cautelosa em relação às políticas monetárias dos Estados Unidos.
O Federal Reserve (Fed) manteve uma abordagem mais rígida em suas taxas de juros, mas o enfraquecimento da moeda pode ser um reflexo das expectativas de uma desaceleração no ritmo de aumento das taxas de juros no país.
No cenário brasileiro, o mercado continua atento às ações do Banco Central, que na quinta-feira (26) vendeu US$ 3 bilhões em um leilão à vista, com o intuito de controlar a volatilidade cambial. Esse movimento ajudou o real a se estabilizar no curto prazo. Mas, no entanto, não impediu a alta do dólar no início da manhã de hoje.
Agenda política
Além disso, o mercado segue com os olhos voltados para a agenda econômica e política. Dessa forma, aguardando possíveis novas medidas econômicas do governo brasileiro, que poderão impactar tanto a inflação quanto o comportamento do câmbio. Mudanças nas expectativas sobre a trajetória fiscal e da inflação no Brasil podem afetar a dinâmica do real frente ao dólar.
Além disso, o dólar turismo, utilizado por consumidores em viagens internacionais, também subiu. Às 9h12, sua cotação estava entre R$ 6,255 na compra e R$ 6,435 na venda. Contudo, refletindo o aumento do dólar comercial.
Enquanto a moeda americana mostra sinais de força no Brasil, o cenário global ainda é de um dólar enfraquecido. O comportamento do câmbio nos próximos dias estará intimamente ligado às políticas monetárias globais. E, aos dados econômicos internos e à atuação do Banco Central para controlar a volatilidade.