Virou para alta

Dólar tem leve avanço enquanto aguarda os "catalisadores econômicos"

Investidores demonstram cautela e aguardam dados econômicos dos EUA e movimentações do Banco Central.

Imagem/Reprodução
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  • O dólar à vista teve alta de 0,43%, cotado a R$ 6,188, após começar o dia em queda, com investidores cautelosos
  • O Banco Central fará um leilão de swap cambial, enquanto o PMI da indústria dos EUA, a ser divulgado, pode influenciar os mercados
  • Com bolsas europeias em baixa e futuros de NY subindo, a falta de dados domésticos mantém a cautela no câmbio

O dólar à vista iniciou a sexta-feira (3) em queda, mas rapidamente se recuperou e registrou leve alta frente ao real. Por volta do meio-dia, a moeda americana operava com uma valorização de 0,43%, cotada a R$ 6,188 na compra e R$ 6,189 na venda.

No mercado futuro, o contrato de dólar de primeiro vencimento também apresentava alta de 0,01%, aos R$ 6,189.

O movimento reflete a cautela dos investidores em um dia com poucos dados econômicos programados. Além de poucos sinais de curto prazo que possam direcionar os mercados.

Encerrando com queda

Na quinta-feira (2), o dólar havia encerrado o primeiro pregão do ano em queda de 0,54%, cotado a R$ 6,222.

A redução no valor da moeda americana no início de 2025 reflete um cenário de expectativas mais moderadas. Ainda, dado o baixo volume de informações e a agenda econômica mais tranquila no Brasil e no exterior nos primeiros dias do ano.

Apesar da leve alta do dólar nesta sexta-feira (3), o mercado segue aguardando eventos mais relevantes que possam alterar o cenário cambial.

O Banco Central, por exemplo, realizará um leilão de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar contratos com vencimento em fevereiro de 2025.

O leilão deve proporcionar algum nível de liquidez ao mercado, mas não é esperado que haja grandes movimentações.

O número de contratos oferecidos, 15.000, é um sinal de que a autoridade monetária continua buscando manter a estabilidade cambial. Mas sem forçar grandes alterações nas taxas de juros ou na cotação do dólar de forma abrupta.

Mercado externo

Além disso, o mercado externo segue com expectativas divididas, com os investidores atentos aos dados econômicos dos Estados Unidos.

Hoje, às 12h, o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) divulgará o índice PMI da indústria norte-americana referente a dezembro, um dos principais indicadores de atividade econômica do país.

Embora o dado não deva ser um grande catalisador para movimentos significativos no câmbio, ele pode fornecer pistas sobre a recuperação econômica global e suas implicações para o mercado de moedas.

No Brasil, a agenda econômica segue esvaziada nesta sexta-feira, já que o Congresso e diversos ministros continuam em recesso.

A falta de novidades no cenário interno contribui para a cautela dos investidores, que seguem mais focados nos eventos internacionais. Em especial as movimentações no mercado financeiro dos Estados Unidos e os próximos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed).

Enquanto isso, os mercados de ações globais apresentam um desempenho misto, com as bolsas da Europa sendo impactadas por uma queda nos papéis ligados a consumo, tecnologia e mineração.

Em contrapartida, os futuros das bolsas de Nova York sobem levemente, refletindo um cenário de incerteza. E, ainda, uma falta de direção clara. Isso também impacta as moedas emergentes, que, como o real, apresentam variações modestas.

O dólar, que na quinta-feira teve a primeira baixa em oito sessões, registrou essa leve alta nesta sexta-feira. Mas sem um impulso substancial para mudanças significativas.

Mercado cambial

A análise da Ágora Investimentos sugere que, no curto prazo, o mercado cambial deve continuar com volatilidade moderada, sem grandes movimentações, enquanto os investidores aguardam mais informações para tomar decisões mais assertivas.

A falta de novos dados econômicos relevantes tanto no Brasil quanto no exterior pode manter o dólar dentro de uma faixa de negociação relativamente estável até que surjam novos catalisadores.

Por enquanto, o cenário é de cautela e expectativa, e o mercado parece aguardar a definição de tendências mais claras para o restante do ano. O desempenho do dólar nas próximas semanas será influenciado por dados econômicos globais, decisões do Banco Central e o ritmo de recuperação econômica dos principais mercados internacionais.