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Explosão inesperada: setor de educação vira aposta número 1 da XP em 2025

Disparada histórica da Cogna muda estratégia de fundos e recoloca setor no foco dos grandes gestores.

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Educação livros
  • Mudança de alocação reduz utilities e reforça busca por setores descontados
  • Cogna (COGN3) dispara quase 300% e recoloca o setor de educação no foco da XP Asset
  • Gestora vê combinação de múltiplos baixos, desalavancagem e forte geração de caixa

O setor de educação voltou ao centro do mercado após a impressionante alta da Cogna (COGN3), que acumula cerca de 300% no ano e se tornou a maior valorização do Ibovespa. Esse movimento, segundo gestores da XP Asset, abriu uma oportunidade rara de captura de valor, especialmente porque os lucros revisados mostraram forte desalinhamento entre preço e fundamento.

A mudança ocorreu em meio à rotação de portfólio dos fundos, que reduziram exposição em utilities após a perda de assimetria e buscaram setores com maior potencial de reprecificação. Assim, educação ressurgiu como alternativa competitiva no momento em que commodities seguem pressionadas.

Educação renasce após quase uma década fora das carteiras

A XP Asset reconhece que ficou quase dez anos sem operar posições relevantes no setor, mas a combinação de múltiplos deprimidos, desalavancagem operacional e forte geração de caixa mudou o cenário. A gestora destaca que a Cogna valia R$ 2 bilhões em dezembro, enquanto deve gerar cerca de R$ 1 bilhão em caixa apenas em 2025, o que reforça o ganho de fundamento.

Mesmo após a multiplicação do papel, que saiu próximo de R$ 1 para cerca de R$ 3,80, a XP segue comprada. Os gestores dizem que o avanço operacional sustentou a tese e reduziu o risco, mantendo o setor no radar de fundos contrários ao consenso.

Além disso, a casa afirma que não tem “preconceito setorial” e segue avaliando ativos fora do radar. Marcos Peixoto ponderou que a posição permaneceu limitada por liquidez e volatilidade, apesar de ter sido o maior ganho individual do fundo no ano.

Rotação para setores domésticos muda a dinâmica da Bolsa

A XP cortou a fatia de utilities, que eram 35% do portfólio em 2025, porque os preços ajustados reduziram a assimetria. Assim, a rotação para setores domésticos, embora mais complexos, tem se mostrado estratégica para manter a performance diante da disparidade entre os movimentos da Bolsa.

Ao mesmo tempo, os setores sensíveis a juros se beneficiam de um cenário mais favorável, enquanto commodities enfrentam desafios adicionais. Esse comportamento reforça a busca por empresas com alto poder de execução, menor alavancagem e capacidade de geração de caixa, fatores que favoreceram educação.

A leitura geral dos gestores indica que o mercado permanece desigual, mas setores descontados têm entregado as maiores oportunidades do ciclo. Por isso, a XP identifica espaço para continuidade da tese enquanto o fundamento seguir melhorando.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.