Prejuízo bilionário

Eletrobras (ELET3; ELET6) assusta mercado mas traz surpresa nos ajustes; confira

Empresa reverte lucro do 2T24 e apresenta queda de 71% no Ebitda; resultado ajustado mostra desempenho diferente.

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  • Eletrobras reverte lucro do 2T24 e surpreende com queda de 71% no Ebitda.
  • Resultado excluindo efeitos extraordinários traz alívio ao mercado.
  • Relação dívida/Ebitda segue em 1,5x, dentro do esperado.

A Eletrobras (ELET3; ELET6) registrou prejuízo líquido de R$ 1,325 bilhão no segundo trimestre de 2025. O resultado reverte o lucro de R$ 1,743 bilhão apurado no mesmo período do ano passado, surpreendendo negativamente parte dos investidores.

O número representa um salto de 274,7% no prejuízo em relação ao primeiro trimestre, quando a companhia havia registrado perdas de R$ 353,5 milhões. Ainda assim, o resultado ajustado, que exclui efeitos extraordinários, mostrou lucro de R$ 1,47 bilhão — um avanço de 43,3% na comparação anual.

Ebitda despenca, mas ajustado avança com força

O Ebitda reportado ficou em R$ 1,26 bilhão no trimestre, recuo de 71,6% ante o segundo trimestre de 2024. Em relação aos três primeiros meses do ano, a retração foi de 70,8%. A forte queda reflete impactos não recorrentes e efeitos pontuais de ajustes contábeis.

Contudo, o Ebitda ajustado surpreendeu positivamente. Assim, atingiu R$ 5,15 bilhões no trimestre, alta de 19,2% sobre o mesmo período do ano anterior. Então, quando comparado ao primeiro trimestre, o indicador cresceu 16,6%, indicando melhora operacional em bases comparáveis.

Portanto, o mercado avalia com atenção essa divergência entre o Ebitda reportado e o ajustado. Segundo analistas, os ajustes consideram itens como reavaliações patrimoniais, provisões e efeitos não caixa. Por isso, analistas consideram o desempenho ajustado mais próximo da realidade da operação.

Receita cresce mais de 20% em 12 meses

A Receita Operacional Líquida (ROL) totalizou R$ 10,2 bilhões no segundo trimestre. O valor representa um crescimento anual de 21,15%. Frente ao primeiro trimestre de 2025, no entanto, houve leve recuo de 2,1%, refletindo sazonalidade e ajustes tarifários.

Além disso, o crescimento da receita, mesmo diante da queda no Ebitda reportado, mostra que a empresa ainda mantém boa geração bruta. A combinação de contratos de longo prazo e aumento no consumo de energia ajudou a sustentar a performance no período.

Desse modo, mesmo com a melhora da receita líquida, o aumento de custos e o impacto de eventos não recorrentes derrubaram o resultado final. A companhia ainda não detalhou quais fatores pesaram mais no prejuízo contábil, o que deve ser feito na teleconferência com analistas.

Dívida cresce e alavancagem segue estável

A dívida líquida ajustada da Eletrobras encerrou junho em R$ 40,12 bilhões. O montante representa alta de 2,2% em relação ao final de março. O leve avanço reflete o impacto da variação cambial e o aumento das obrigações financeiras no curto prazo.

Apesar disso, a alavancagem permaneceu estável. Ademais, a relação entre dívida líquida ajustada e Ebitda ajustado ficou em 1,5 vez, mesmo patamar registrado no trimestre anterior. O índice é considerado saudável para empresas do setor de energia.

Por fim, a estabilidade na alavancagem foi possível graças ao bom desempenho operacional ajustado, que sustentou o crescimento do Ebitda. O controle da dívida segue como prioridade da nova gestão, que tem focado em melhorar a eficiência e reduzir riscos financeiros.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.