
- Eletrobras paga dividendo intermediário de R$ 4 bilhões com data-base em 15 de agosto e liquidação em 28 de agosto
- Balanço do 2T25 mostra lucro ajustado de R$ 1,47 bilhão e EBITDA ajustado de R$ 5,15 bilhões com margens mais fortes
- Resultado contábil negativo e variáveis regulatórias pedem atenção enquanto o dividendo eleva o retorno imediato
A Eletrobras (ELET3, ELET6) vai pagar dividendo intermediário que soma R$ 4 bilhões, e o dinheiro cai na conta já em 28 de agosto de 2025. Além disso, há valores distintos por classe: R$ 2,430363372 por PNA, R$ 1,933479023 por PNB e R$ 1,757706425 por ON, com data-base em 15 de agosto na B3 e 18 de agosto nos ADRs.
Ao mesmo tempo, a companhia apresentou o balanço do 2T25 com lucro líquido ajustado de R$ 1,47 bilhão, alta de 43,3% na comparação anual. No entanto, sem ajustes, o trimestre fechou no vermelho em R$ 1,32 bilhão, o que reforça leituras diferentes sobre o momento operacional.
Calendário e valores do provento
O conselho aprovou o pacote de R$ 4 bilhões e definiu pagamento para 28 de agosto. Assim, quem estiver posicionado até 15 de agosto na B3 garante o direito.
Além disso, os papéis passam a negociar “ex-direitos” a partir de 18 de agosto na B3 e na NYSE. Logo, ajustes de preço podem ocorrer na abertura do pregão seguinte.
Em paralelo, a empresa informou que o valor por ação pode variar levemente até a data de corte. Isso acontece porque o programa de recompra altera o número de ações em tesouraria.
O que o investidor precisa observar
Primeiro, o dividendo chega rápido e amplia o retorno no curto prazo. Portanto, a precificação tende a refletir o benefício imediatamente.
Depois, classes diferentes recebem montantes distintos, e isso muda o yield efetivo de cada ticker. Além disso, a tributação segue a regra usual de dividendos isentos na RFB.
Por fim, vale lembrar que provento não garante tendência de preço. Assim, execução operacional, alavancagem e tarifas do setor continuam no radar.
Números do 2T25 e dinâmica operacional
No trimestre, a receita operacional líquida ajustada somou R$ 10,31 bilhões, avanço de 22,8% ano a ano, enquanto o EBITDA ajustado alcançou R$ 5,15 bilhões, alta de 19,2%. Já a margem EBITDA ajustada ficou em 50,0%.
No entanto, o EBITDA contábil recuou para R$ 1,26 bilhão, queda de 71,6% frente ao 2T24, por efeitos não recorrentes e ajustes regulatórios. Assim, a fotografia contábil ficou mais pressionada.
Além disso, a dívida líquida ajustada ficou em R$ 40,13 bilhões, e o indicador dívida líquida sobre EBITDA LTM ajustado caiu para 1,5 vez. Consequentemente, a alavancagem segue em trajetória de normalização.
Como o mercado pode ler o conjunto
De um lado, o provento robusto conversa com a geração de caixa recorrente e sustenta a tese de retorno ao acionista. Ao mesmo tempo, o avanço do lucro ajustado reforça eficiência.
De outro lado, o prejuízo contábil acende alerta sobre itens extraordinários e sensibilidade a eventos regulatórios. Portanto, a consistência dos próximos trimestres será chave.
Ainda, o setor elétrico costuma precificar previsibilidade. Assim, guidance de investimentos, ritmo de RAP e evolução de custos devem pesar tanto quanto o dividendo no curto prazo.