Mercado de energia

Eletrobras (ELET3) sobe com venda da Eletronuclear e analistas veem redução de riscos

Negócio com o grupo J&F encerra obrigações bilionárias e melhora a percepção do mercado sobre as ações.

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  • Eletrobras (ELET3) vendeu a Eletronuclear à J&F por R$ 535 milhões.
  • O acordo elimina R$ 8,4 bilhões em obrigações e gera créditos tributários.
  • Bancos mantêm recomendação de compra e veem potencial de valorização.

As ações da Eletrobras (ELET3) avançam após a empresa confirmar a venda da Eletronuclear ao grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, por R$ 535 milhões. Para analistas, o acordo marca o fim de um ciclo de riscos no balanço da companhia desde a sua privatização.

Por volta das 14h30 desta quarta-feira (15), ELET3 subia 2,28%, cotada a R$ 53,02, enquanto ELET6 ganhava 2,62%, a R$ 55,98, na B3.

Acordo elimina garantias bilionárias

O mercado reagiu positivamente porque a venda livra a Eletrobras de pagar R$ 6 bilhões em garantias ligadas à usina Angra 3. Além disso, retira a obrigação de subscrever R$ 2,4 bilhões em debêntures, previstas no acordo da companhia com a União, firmado em fevereiro.

Segundo o Itaú BBA, a operação reduz pressão sobre o caixa e aumenta a previsibilidade dos resultados. O banco projeta créditos tributários significativos, já que a provisão contábil da venda está avaliada em R$ 7 bilhões no terceiro trimestre.

Com o acordo, os dividendos da Eletrobras terão incremento de cerca de 0,4% por ação. O BBA manteve a recomendação de compra para ELET3, destacando o avanço na consolidação da empresa como uma gestora mais eficiente.

Mercado vê ganho estrutural apesar do valor abaixo do patrimonial

O Bradesco BBI avaliou que o preço negociado ficou abaixo do valor patrimonial da Eletrobras na Eletronuclear, estimado em R$ 7,5 bilhões. Ainda assim, a retirada de garantias e o fim de obrigações futuras são vistos como mais relevantes do que o valor obtido na venda.

Para o banco, o principal impacto positivo vem da eliminação do desconto aplicado às ações da companhia por causa das incertezas de Angra 3. O movimento também reforça o perfil privado da Eletrobras, reduzindo riscos políticos e operacionais.

Em síntese, a operação marca um divisor de águas. A empresa se torna mais leve, previsível e atraente para o investidor de longo prazo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.