China no Brasil

Eletrobras (ELET6) negocia venda da Eletronuclear com estatais chinesas

A operação pode alcançar cifras entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, dependendo do apetite do mercado

Apoio

eletrobras 2
eletrobras 2

A Eletrobras (ELET3)(ELET6) já atraiu o interesse preliminar de três gigantes estatais chinesas para a compra de sua participação na Eletronuclear, responsável por operar as usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ). As informações foram apuradas pela Bloomberg News.

Entre os potenciais interessados estariam nomes de peso como a China National Nuclear Corporation (CNNC), China General Nuclear Power Group (CGN) e State Nuclear Power Technology Corporation (SNPTC).

As negociações ainda são embrionárias, mas sinalizam um forte apetite do capital asiático por ativos estratégicos no Brasil.

De acordo com as fontes, que pediram anonimato devido à sensibilidade das conversas, a Eletrobras trabalha com assessores financeiros para estruturar a venda de 36% do capital votante e 68% do capital total da Eletronuclear.

A operação pode alcançar cifras entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, dependendo do apetite do mercado.

O movimento faz parte da estratégia de desinvestimento da Eletrobras, fortalecida por um acordo firmado com o governo federal, que prevê apoio institucional para a venda desses ativos não essenciais ao novo foco da companhia.

Mais concorrência à vista?

Embora os olhos estejam voltados para as empresas chinesas, fontes sugerem que outros players globais do setor de energia também estão monitorando de perto o processo.

Com o mundo cada vez mais atento à transição energética e à diversificação das matrizes de geração, o ativo nuclear brasileiro pode se tornar um alvo estratégico no radar internacional.

Até o momento, a Eletrobras preferiu não comentar as negociações, e as companhias chinesas também não responderam aos pedidos da Bloomberg.

Reestruturação e desafios na Eletrobras

A Eletrobras, maior empresa de energia da América Latina, passou por forte reestruturação após sua privatização, enfrentando resistências internas, disputas por indicações ao conselho de administração e incertezas regulatórias.

A venda da participação na Eletronuclear — que permanece sob controle estatal por força de lei — faz parte de um esforço mais amplo para enxugar operações e fortalecer o core business da companhia.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.