
- Eletrobras distribuiu R$ 4 bilhões em dividendos no 2T25 e pode pagar até R$ 12 bilhões anuais até 2030.
- Analistas projetam dividend yield acima de 10% e recomendam compra de ELET3 e ELET6.
- Dívida controlada, preços de energia mais altos e contratos descontratados reforçam a tese de valorização.
A Eletrobras (ELET3; ELET6) mudou de patamar em 2025. Depois de anos de incerteza e baixo pagamento de proventos, a companhia surpreendeu o mercado no 2º trimestre ao distribuir R$ 4 bilhões em dividendos, sinalizando uma nova fase de geração de caixa. O anúncio fez analistas projetarem que a empresa pode se consolidar como uma verdadeira máquina de dividendos nos próximos anos.
Agora, a grande dúvida dos investidores é: com projeções de até R$ 10 bilhões em proventos até 2030, vale entrar no papel agora para capturar esse ciclo de valorização e renda?
Dividendos bilionários e projeções otimistas
No curto prazo, bancos e casas de análise já estimam R$ 3 a R$ 4 bilhões em dividendos adicionais para o segundo semestre de 2025.
Para 2030, os números impressionam ainda mais: as projeções variam de R$ 8 bilhões a R$ 12 bilhões em pagamentos anuais.
A Meraki Capital fala em dividend yield de 12% para ELET3 nos próximos 12 meses, enquanto outras casas como Suno, Andbank e VG Research também projetam retornos robustos, na faixa de 5% a 7% ao ano.
Como a Eletrobras gera caixa
A companhia atua em três frentes: geração, transmissão e comercialização de energia. Cerca de 25% da capacidade de geração elétrica do Brasil está em suas mãos, sendo 90% hidrelétrica.
Com preços de energia em alta, que dobraram de R$ 100 para R$ 200 por MWh entre 2023 e 2025, a expectativa é de aumento significativo nas receitas. Além disso, a empresa tem contratos descontratados que podem ser vendidos a preços mais elevados nos próximos anos.
Segundo analistas, isso dá previsibilidade e espaço para dividendos recorrentes e crescentes.
Dívida controlada e mais eficiência
Outro ponto que agrada os investidores é a alavancagem. A dívida líquida está em 1,8x o Ebitda, bem abaixo da meta de até 3,5x.
Desde a privatização, a companhia reduziu passivos com credores e venceu disputas judiciais, o que liberou caixa e diminuiu riscos.
Além disso, acordos recentes com o governo retiraram a obrigação de investir em projetos de energia nuclear, aumentando a flexibilidade financeira. O resultado é uma empresa mais eficiente e focada em retorno ao acionista.
Vale comprar ELET6 agora?
Com valorização de mais de 30% em 2025, os papéis da Eletrobras ainda são vistos como descontados em relação ao potencial.
Ademais, analistas de Suno, Hub do Investidor e Ativa Investimentos recomendam compra com preço-alvo entre R$ 55 e R$ 60, destacando que o dividend yield pode chegar a dois dígitos nos próximos anos.
Por fim, o único contraponto vem de casas mais conservadoras, como a AGF, que pedem cautela até que a política de dividendos trimestrais se confirme. Ainda assim, o consenso aponta que a tese de renda passiva da Eletrobras está apenas no começo.