Colapso financeiro

Em crise, Ambipar (AMBP3) planeja pedido de recuperação judicial

Empresa busca proteção contra credores após crise financeira e títulos em dólar despencarem.

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Ambipar (ReproduçãoReset)
Ambipar (ReproduçãoReset)
  • Ambipar deve protocolar recuperação judicial na próxima semana no Rio de Janeiro.
  • Empresa já conta com liminar que garante 30 dias de proteção contra credores.
  • Crise ocorre em meio a queda dos títulos, governança fragilizada e saída de executivos.

A Ambipar (AMBP3), gigante brasileira de gestão de resíduos, deve protocolar na próxima semana um pedido de recuperação judicial no Rio de Janeiro. Segundo fontes próximas às negociações, a companhia já trabalha com consultores para ajustar o plano legal, embora o prazo ainda possa sofrer alterações.

No fim de setembro, a empresa já havia obtido uma liminar emergencial que lhe garantiu 30 dias de proteção contra credores. A companhia adotou a medida após o risco de colapso financeiro aumentar, pressionada por bancos e investidores que exigiam pagamentos que poderiam acionar cláusulas de inadimplência cruzada.

Pressão dos credores e crise de confiança

O cenário da Ambipar reflete uma deterioração acelerada. Títulos em dólar da empresa despencaram em setembro, diante de alertas de rebaixamento de rating, investigações de conformidade e problemas de governança. Além disso, a saída de executivos-chave ampliou as incertezas sobre a capacidade de gestão e continuidade operacional.

O pedido de recuperação judicial deve incluir negociações para reestruturar dívidas em diferentes moedas. Analistas avaliam que a companhia enfrenta dificuldade para manter liquidez mínima e precisa de um acordo rápido para evitar uma escalada de passivos.

Credores, por sua vez, pressionam por maior transparência nos números da Ambipar, em especial após a falta de clareza sobre o volume real de dívidas estruturadas em dólar e reais.

Repercussão no mercado brasileiro

A crise da Ambipar ocorre em um momento delicado para empresas brasileiras de grande porte. Recentemente, a Braskem contratou consultores para revisar sua estrutura de capital, enquanto o Banco Master também entrou no radar de preocupação de fundos de pensão e gestores de crédito.

Esse ambiente de instabilidade aumenta o risco sistêmico no setor corporativo nacional, principalmente entre companhias alavancadas e expostas ao mercado internacional.

No caso da Ambipar, investidores acompanham com cautela os próximos passos. Caso o pedido de recuperação seja confirmado, o movimento marcará mais um capítulo da piora recente do mercado de crédito corporativo no Brasil.

O que esperar da Ambipar

Com a recuperação judicial, a empresa ganha fôlego temporário contra credores, mas terá de apresentar um plano robusto de reestruturação. Fontes afirmam que a gestão busca renegociar vencimentos e reduzir pressões de caixa enquanto tenta reorganizar governança interna.

Especialistas avaliam que o sucesso da recuperação dependerá da adesão dos credores, especialmente dos detentores de títulos internacionais, que concentram parte relevante do passivo. Sem essa composição, o risco de liquidação judicial aumenta.

Enquanto isso, no mercado de capitais, a ação AMBP3 segue sob forte volatilidade e pode enfrentar novas pressões conforme os desdobramentos legais forem confirmados.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.