- O dólar iniciou a semana com alta, mas caiu para R$ 6,179 às 9h49, após ajustes dos investidores
- A política econômica de Trump fortalece o dólar, com rendimentos elevados dos Treasuries impactando moedas emergentes
- Na sexta-feira, o dólar à vista subiu 0,24%, a R$ 6,1926, enquanto o Banco Central fez leilões de swap cambial
- A definição da taxa Ptax no fim do mês pode gerar volatilidade na cotação do dólar nos próximos dias
O dólar iniciou esta segunda-feira (30) com uma leve alta, mas logo reverteu a tendência e passou a registrar queda. Dessa forma, com os investidores ajustando suas expectativas e se preparando para a última sessão de negociações do ano.
Após uma semana de ganhos, a moeda segue em movimento volátil, com o foco voltado para a determinação da taxa Ptax de fim de mês. Fator que pode trazer mais instabilidade à cotação ao longo do dia.
Às 9h49, o dólar à vista caía 0,22%, negociado a R$ 6,179 na venda.
A oscilação da moeda está sendo observada com atenção, já que, em meio a uma política econômica projetada para ser inflacionária e pró-crescimento nos Estados Unidos com a chegada do novo governo do presidente eleito Donald Trump, o dólar continua se mantendo forte no cenário global.
Os rendimentos dos Treasuries, papéis do Tesouro dos EUA, devem permanecer elevados. Assim, alimentando a pressão sobre as moedas de mercados emergentes, como o real.
Expectativas para a política de Trump e efeitos no dólar
A recente valorização do dólar está diretamente ligada ao cenário econômico que se desenha nos Estados Unidos.
Com a posse de Donald Trump, as expectativas são de que sua administração adote uma política fiscal mais agressiva, com cortes de impostos e aumento de investimentos em infraestrutura, o que pode gerar um impacto inflacionário e, ao mesmo tempo, estimular o crescimento.
Essa perspectiva de um crescimento mais acelerado para os EUA, com aumento da inflação, faz com que os rendimentos dos Treasuries se mantenham elevados, o que tende a fortalecer o dólar frente a outras moedas.
O cenário global, por sua vez, continua a refletir as tensões e ajustes relacionados à política monetária dos principais países. A alta dos rendimentos dos Treasuries tem gerado pressão sobre as moedas emergentes, com o real brasileiro sofrendo com a oscilação da taxa de câmbio.
O Banco Central, como resposta, tem realizado operações de mercado, como o leilão de swaps cambiais, para tentar minimizar as flutuações no câmbio e garantir uma maior estabilidade.
Fechamento da última semana
Na sexta-feira (27), o dólar à vista fechou em alta de 0,24%, cotado a R$ 6,1926. Essa leve valorização ocorreu enquanto o mercado se preparava para a última sessão do ano, marcada por um leilão do Banco Central, que realizou a rolagem de contratos de swap cambial com vencimento para fevereiro de 2025.
Este leilão tem como objetivo equilibrar a oferta de dólares no mercado e evitar uma maior volatilidade no câmbio.
O contrato futuro de dólar de primeiro vencimento, negociado na B3, subia 0,11%, cotado a R$ 6,204, enquanto o dólar comercial, tanto na compra quanto na venda, era negociado a R$ 6,178.
O dólar turismo negociava entre R$ 6,263 na compra e R$ 6,443 na venda, refletindo as diferenças nas taxas de câmbio para turistas e outras transações internacionais.
Olho nas decisões do Banco Central
A movimentação na taxa Ptax, calculada com base na média das cotações apuradas no mercado de câmbio interbancário, definirá o cenário para o dólar nos próximos dias.
Essa taxa, usada como referência em diversos contratos financeiros no Brasil, deve refletir as expectativas dos investidores sobre a moeda e contribuir para um ajuste nos preços ao longo da semana.
Em 2025, os analistas esperam que a volatilidade do dólar seja impactada pelas políticas monetárias dos EUA, pelas ações do Banco Central brasileiro e pelos desafios fiscais internos do governo.
A manutenção dos juros elevados e o controle da inflação no Brasil também são fatores que continuarão a impactar a moeda. Ainda, com expectativa de que o câmbio se mantenha volátil.