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Embraer ou Airbus? Pedido de aeronaves no Málasia levanta disputa entre as duas fabricantes

AirAsia se prepara para encomendar 100 jatos no Paris Air Show. Encomenda é bilionária e a fabricante brasileira está na jogada

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A companhia aérea de baixo custo AirAsia está prestes a fechar um dos maiores pedidos de aeronaves regionais da década, com cerca de 100 jatos a serem encomendados durante o Paris Air Show, na próxima semana. A gigante malaia do setor de aviação ainda avalia entre o Airbus A220 e o E2 da Embraer (EMBR3), segundo fontes ouvidas pela Bloomberg News.

As negociações com Airbus e Embraer estão nos estágios finais, e o anúncio deve ocorrer com pompa em Paris, com a presença confirmada do CEO Tony Fernandes, de 61 anos, que supervisionou a recuperação da AirAsia após o forte impacto da pandemia de Covid-19.

“Um financiamento competitivo será decisivo na escolha final”, disseram fontes próximas ao assunto.

Airbus tem vantagem histórica

A Airbus, fornecedora histórica da AirAsia, aparece como favorita. Todos os jatos atualmente em operação na companhia são da fabricante europeia, que já entregou mais de 240 aeronaves de fuselagem estreita e possui mais de 350 pedidos da família A320 em carteira.

Se confirmado, um pedido de três dígitos para o A220 representaria um impulso estratégico para o programa, que vinha sofrendo com vendas fracas e problemas na cadeia de suprimentos.

O modelo é produzido em fábricas no Canadá e nos Estados Unidos e não fechou nenhum novo pedido em 2025 até o momento.

Ainda assim, a brasileira Embraer também tem cartas fortes na manga. Com 334 pedidos acumulados da família E2, dos quais 175 ainda estão pendentes de entrega, a fabricante tem usado a capacidade de entrega mais ágil que Airbus ou Boeing como trunfo.

Uma eventual vitória da Embraer seria um marco, aumentando sua presença na Ásia e representando um dos maiores contratos da história da empresa com uma única companhia aérea.

A brasileira já fechou acordos relevantes com Scoot (subsidiária da Singapore Airlines), Virgin Australia e a japonesa ANA, sinalizando um movimento de expansão agressivo no mercado asiático.

AirAsia mira renovação e crescimento

Após enfrentar um período difícil durante a pandemia, com redução drástica nas operações e uma reestruturação financeira complexa, a AirAsia se reposiciona para crescer novamente em um mercado aéreo asiático que se recupera rapidamente.

O novo pedido, seja com a Airbus ou com a Embraer, reforça essa estratégia. A empresa quer ampliar sua malha regional, melhorar a eficiência operacional e aproveitar a crescente demanda por voos de curta e média distância no continente.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.