
- Embraer bate recorde histórico com backlog de US$ 29,7 bi e Embraer C-390 atrai europeus
- LWSA deve surpreender no 2T25, e MRV volta ao radar com valuation atrativo
- Utilities e shoppings mostram fraqueza em meio a clima ameno e Selic elevada
A temporada de resultados do segundo trimestre de 2025 começa a tomar forma com destaques importantes no radar de analistas e investidores. Nesse sentido, a Embraer surpreendeu com números recordes na carteira de pedidos, enquanto empresas de tecnologia, energia e propriedades comerciais mostram sinais mistos de desempenho.
Além disso, entre os pontos de atenção, estão a possível virada da LWSA, a reprecificação da MRV, a pressão sobre as utilities latino-americanas e o impacto da política monetária nas operadoras de shoppings. Portanto, o mercado está atento aos sinais do que esperar para o restante do ano.
Embraer dispara com aviação comercial e defesa
O grande destaque da semana foi a Embraer, que registrou um recorde histórico em sua carteira de pedidos no 2T25: US$ 29,7 bilhões, alta de 13% na comparação trimestral e 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. A divisão de aviação comercial puxou o desempenho com grandes contratos com a SkyWest e a SAS, elevando o índice book-to-bill a 1,8x em 12 meses.
Ademais, a aviação executiva também avançou, com backlog de US$ 7,4 bilhões (+62% A/A), impulsionado pelo acordo com a Flexjet. A área de Defesa dobrou o volume de pedidos com novas encomendas do C-390 Millennium por países europeus. Já a unidade de Serviços e Suporte cresceu 55%, com contratos de manutenção e a ampliação do MRO no Texas.
Desse modo, mesmo com incertezas sobre tarifas nos EUA, a Embraer mantém um cenário positivo. O momento operacional é consistente e reforça a visão otimista dos analistas para a empresa no segundo semestre.
LWSA busca reconquistar confiança do mercado
Após sofrer com críticas à sua comunicação nos últimos trimestres, a LWSA (LWSA3) tem chance de virar o jogo no 2T25. Assim, as projeções apontam para aceleração na receita e melhora de margens.
Além disso, a expectativa é de R$ 368 milhões em receita líquida (+9,5% YoY), R$ 75 milhões em EBITDA (+14,8%) e R$ 20 milhões em lucro líquido (+7%).
Desse modo, o motor de crescimento segue sendo o segmento de Comércio, com destaque para plataformas como Bling, Melhor Envio, Yapay e Squid. A divisão SaaS permanece estável. Caso os números se confirmem, o papel pode voltar a ganhar tração entre investidores institucionais e fundos de tecnologia.
MRV avança no Brasil e reduz ruído com Resia
A MRV (MRVE3) voltou a ser classificada como outperform, com nova meta de preço de R$ 9,50 para o fim de 2026.
Além disso, apesar das perdas maiores que o esperado nos EUA com a Resia (prejuízo de US$ 144 mi no 2T25), o avanço operacional no Brasil, com melhoria nas margens e vendas, reacendeu o interesse.
Sendo assim, a ação é negociada a múltiplos baixos: 3,8x P/L e 0,52x P/VP — bem abaixo da média do setor.
Portanto, a expectativa é que, com mais clareza sobre a Resia, o papel apresente assimetria positiva, ainda mais com mais de 25% do free float vendido. Reuniões com o CFO reforçaram o foco em geração de caixa.
Utilidades e energia pressionadas pelo clima
A combinação de temperaturas mais amenas e base de comparação elevada gerou resultados mais fracos para utilities no 2T25. Copel registrou queda de 2,6% na energia faturada e de 0,7% na distribuída. O consumo no mercado cativo recuou 10,2%, enquanto o livre subiu 13,7%, com destaque para o segmento industrial (+2,8%).
Além disso, a Energisa, por sua vez, teve consumo estável (0% YoY), mas cresceu no Norte e Nordeste. O mercado livre avançou 13,4%, compensando a queda de 4,4% no cativo. Perdas energéticas recuaram para 12,04%, abaixo do limite regulatório.
Por fim, no panorama geral, a geração caiu 0,9%, com queda de 9,7% na hidrelétrica e avanço nas fontes solar, eólica e térmica. O GSF estimado é de 95% e os preços spot subiram 198% YoY.