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Embraer, Suzano e Weg derretem com tarifa de Trump: entenda como empresas são impactadas

Ações de exportadoras recuam após tarifa de 50% imposta pelos EUA

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Embraer EMBR3 perde grau de investimento. Entenda
Embraer EMBR3 perde grau de investimento. Entenda

As ações da Embraer (EMBR3), Suzano (SUZB3) e Weg (WEGE3) operam em forte queda nesta quinta-feira (10), sob reflexo da decisão do presidente norte-americano Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.

A medida, com início previsto para 1º de agosto, gerou aversão ao risco entre investidores, embora os efeitos estejam longe de ser homogêneos.

Por volta das 11:20, as ações EMBR3 recuavam 6,28%, cotadas a R$ 73,24. Já SUZB3 desciam para R$ 50,09 e WEGE3 com baixa de 1,01% a R$ 39,71.

Exportadoras sentem a tarifa

As ações da Embraer (EMBR3) tem sido as mais prejudicadas, devido a preocupação dos investidores com os efeitos da tarifa sobre os negócios da companhia nos EUA, que representam cerca de 60% de sua receita.

O BTG Pactual classificou a medida como “inevitavelmente negativa” para a fabricante de aeronaves, especialmente no segmento de jatos executivos, parcialmente produzidos no Brasil.

Na WEG (WEGE3), cerca de 25% de suas vendas vêm do mercado americano. “A empresa poderá recorrer à produção local ou ao México para mitigar os efeitos, mas o aumento de custo é inevitável no curto prazo”, afirmou o BTG.

Já a Suzano (SUZB3) obtém quase 20% de sua receita na América do Norte. Analistas destacaram que a capacidade da companhia de redirecionar seus volumes dependerá da recuperação da demanda global por celulose — ainda em patamar fraco.

Vale e Petrobras mostram força

Na contramão, Vale (VALE3) subiu no pregão e foi destaque positivo do Ibovespa. A mineradora, que tem menos de 1% de sua receita proveniente dos EUA, deve passar ilesa pela nova tarifa. Além disso, o fortalecimento do dólar frente ao real — impulsionado pela tensão geopolítica — pode favorecer suas receitas em moeda estrangeira.

“A Vale tende a se beneficiar indiretamente, não apenas pela baixa exposição ao mercado americano, mas também por operar com contratos indexados ao dólar e foco no mercado chinês”, apontou João Daronco, analista da Suno Research.

Petrobras (PETR4) também se manteve relativamente estável, apesar de exportar uma fatia de derivados aos EUA. Como a maior parte da exportação da petroleira é de petróleo cru — potencialmente isento da tarifa — o mercado avaliou que a companhia pode redirecionar seus barris com relativa facilidade.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.