Novo lastro

Empresa da bolsa surpreende investidores com mudança inesperada nos BDRs

Companhia deixa a bolsa do Canadá e vincula papéis brasileiros às ações negociadas na Nasdaq.

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Carteira de BDR s EUA para Junho de 2020 1
Carteira de BDR s EUA para Junho de 2020 1
  • A Aura Minerals anunciou que seus BDRs deixarão de ser lastreados na bolsa de Toronto e passam a ter como referência ações da Nasdaq.
  • Investidores podem solicitar conversão dos BDRs em ações nos EUA, mas o processo envolve burocracia e taxa mínima de R$ 40.
  • A estratégia busca ampliar a liquidez internacional e dar maior visibilidade à companhia junto a fundos globais.

A Aura Minerals comunicou ao mercado uma alteração relevante em seus BDRs (AURA33). A partir de 5 de setembro, os papéis deixam de ser lastreados pelas ações da companhia listadas na bolsa de Toronto (TSX) e passam a ter como referência os ativos negociados na Nasdaq, sob o código AUGO.

A mudança, aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), busca aproximar a mineradora de um mercado de maior liquidez e visibilidade global. Para os investidores brasileiros, a alteração abre a possibilidade de converter os BDRs em ações listadas nos Estados Unidos, mediante solicitação junto à corretora.

O que muda para os investidores

Na prática, os BDRs da Aura continuam listados normalmente na B3 sob o código AURA33. No entanto, o lastro agora será vinculado às ações negociadas na Nasdaq, o que tende a oferecer maior liquidez e exposição internacional à companhia.



Para quem deseja manter posição diretamente nos EUA, existe a opção de solicitar o cancelamento dos BDRs. Esse processo, conhecido como conversão, exige que o investidor possua conta em corretora estrangeira, como Avenue ou similares, e siga os trâmites operacionais com sua corretora no Brasil.

Embora o procedimento seja burocrático, a conversão pode ser interessante para investidores que desejam exposição direta ao mercado americano. Desse modo, o tempo de processamento costuma levar alguns dias úteis, já que envolve instituições no Brasil e no exterior.

Custos do processo de conversão

O cancelamento dos BDRs não é gratuito. A taxa cobrada pelo custodiante, no caso da Aura o Bradesco, é de R$ 0,05 por BDR, respeitando um valor mínimo de R$ 40 por solicitação. Isso significa que ordens pequenas podem ter custo proporcionalmente mais elevado.

Investidores devem avaliar se a conversão compensa em relação ao volume da posição. Além disso, para quem tem poucas unidades, a taxa mínima pode tornar o processo inviável. Já para quem detém volumes maiores, o custo tende a ser menos relevante frente ao potencial ganho de liquidez e acesso a um mercado mais amplo.

Esse detalhe operacional pode influenciar a decisão de manter os papéis no Brasil ou migrar para os EUA. Portanto, o investidor deve ainda considerar aspectos tributários, já que a movimentação internacional pode gerar novas obrigações fiscais.

Por que a Aura fez essa mudança

A escolha da Nasdaq como novo mercado de lastro reflete uma estratégia de expansão e alinhamento internacional. A bolsa americana oferece visibilidade maior junto a investidores institucionais e fundos globais, além de estar diretamente conectada ao centro financeiro mais relevante do mundo.

Ademais, na visão da companhia, essa alteração pode fortalecer a percepção de valor e ampliar a base acionária. Ao mesmo tempo, investidores locais seguem com acesso facilitado por meio dos BDRs, sem necessidade de operar diretamente no exterior.

Por fim, esse movimento se insere em uma tendência crescente de empresas listadas no Brasil buscarem conexão com mercados mais líquidos. No caso da Aura, a alteração reforça a tentativa de aumentar competitividade e atrair capital estrangeiro.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.