Mercado eufórico

Empresas brasileiras podem lucrar com vitória de Milei na Argentina

Otimismo eleitoral eleva expectativas para ações de consumo e bens de capital com exposição ao país vizinho.

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Empresas brasileiras podem lucrar com vitória de Milei na Argentina
  • Empresas de consumo como Mercado Livre, Natura, Arcos Dorados e Coca-Cola Andina podem lucrar com o otimismo eleitoral.
  • Companhias de bens de capital como Fras-le, Mahle Metal Leve, Marcopolo e Randoncorp têm receita relevante ligada à Argentina.
  • Vitória de Milei e expectativas de reformas aumentam a valorização de ativos e beneficiam empresas brasileiras com exposição regional.

A vitória do partido Libertad Avanza (LLA) nas eleições legislativas argentinas trouxe euforia aos mercados e abriu espaço para reformas econômicas. O resultado fortalece o governo de Javier Milei e aumenta a confiança de investidores em ativos locais.

O impacto também favorece empresas brasileiras com receita ligada à Argentina. Analistas de UBS, Itaú BBA e Bradesco BBI destacam que setores de consumo e bens de capital podem se beneficiar do novo cenário político e econômico.

Consumo com potencial de valorização

Empresas de consumo com exposição relevante incluem Mercado Livre (BDR: ROXO34), com 22% da receita e 43% da margem de contribuição vinda da Argentina, e Natura (NATU3), com 21% do EBITDA proveniente do país.

Além disso, franquias como Arcos Dorados (13% do EBITDA) e Coca-Cola Andina (22% do EBITDA) podem se beneficiar diretamente da melhora do ambiente econômico.

O otimismo se apoia em expectativas de reformas fiscais e redução da inflação, que devem impulsionar tanto vendas quanto lucros das companhias com operações no país vizinho.

Bens de capital também ganham

No setor de bens de capital, empresas brasileiras têm receita relevante ligada à Argentina. Fras-le (FRAS3) responde por 7% da receita, Mahle Metal Leve (LEVE3) 10% e Marcopolo (POMO4) 7%. A Randoncorp (RAPT4) tem 7% de exposição à região Mercosul + Chile.

Segundo o Bradesco BBI, as exportações para a Argentina têm sido um motor de crescimento para a Marcopolo em 2025. Além disso, esse movimento deve continuar caso o cenário econômico permaneça favorável.

Portanto, analistas do Itaú BBA reforçam que a melhora do sentimento do mercado pode refletir na valorização de ações brasileiras com exposição direta ou indireta ao país vizinho.

Perspectivas e impacto regional

A vitória de Milei aumenta o apetite por ativos argentinos e influencia positivamente ações com exposição ao país. O S&P Merval subiu 21,7%, enquanto ADRs de empresas argentinas dispararam: YPF +23,8%, Banco Macro +37,6%, Pampa Energia +23,75% e Telecom Argentina +37,5%.

Para empresas brasileiras, essa valorização representa oportunidade de ganhos adicionais. Ademais, setores de consumo e bens de capital podem aproveitar o otimismo eleitoral para fortalecer resultados e margens.

Por fim, o desempenho do mercado reforça a importância de monitorar políticas fiscais, comerciais e cambiais na Argentina, que podem afetar diretamente a receita e o EBITDA das empresas brasileiras com exposição regional.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.