
- Bradesco dispara mais de 14% após balanço e leva o Ibovespa aos 136 mil pontos
- Dólar comercial recua para R$ 5,69, e juros futuros caem com alívio pós-Copom
- Varejo, aéreas, petroleiras e saúde acompanham o rali da Bolsa com fortes altas
O Ibovespa iniciou esta quinta-feira (8) em forte alta e ultrapassou os 136 mil pontos, impulsionado principalmente pela explosiva valorização das ações do Bradesco (BBDC4), que chegaram a subir mais de 14% após a divulgação do sólido resultado do primeiro trimestre de 2025.
O movimento positivo também reflete o alívio momentâneo nos juros futuros e a leve desvalorização do dólar frente ao real, em meio à repercussão da mais recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic para 14,75%.
Apesar da taxa básica de juros mais alta, o mercado financeiro demonstrou otimismo. A leitura predominante entre os agentes econômicos é de que a elevação já estava amplamente precificada e serve como uma âncora contra as pressões inflacionárias.
O Ibovespa chegou a registrar alta de 2,05%, aos 136.135 pontos, puxado não apenas pelos papéis do Bradesco, mas também por outras blue chips e ações de peso em setores variados.
Bradesco surpreende e lidera os ganhos da Bolsa
O grande destaque da manhã foi, sem dúvida, o desempenho dos papéis do Bradesco, tanto preferenciais (BBDC4) quanto ordinários (BBDC3). O banco reportou um lucro trimestral acima das expectativas e mostrou evolução na qualidade da carteira de crédito, o que agradou os analistas e investidores. A ação preferencial chegou a saltar 14,09%, sendo a maior valorização do Ibovespa no pregão até então.
Durante a manhã, a companhia realizou uma teleconferência com analistas, detalhando suas perspectivas para o restante do ano. A sinalização de melhora na rentabilidade e de disciplina com provisões reforçou o entusiasmo do mercado, que viu o balanço como um sinal positivo não só para o Bradesco, mas também para o setor bancário como um todo. Contudo, Itaú, Santander e Banco do Brasil também abriram em alta.
Dólar recua e juros futuros acompanham o tom mais otimista
O dólar comercial operava em leve queda, sendo negociado a R$ 5,69, com os investidores ainda digerindo os desdobramentos da política monetária local e global.
O cenário externo também chamou atenção, com expectativa em torno de um possível acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido, após declaração do ex-presidente Donald Trump.
No mercado de juros futuros, os contratos de curto e médio prazo recuaram, refletindo a percepção de que o Copom deve manter uma postura cautelosa daqui para frente, sem necessariamente adotar novos apertos monetários no curto prazo. A reação positiva dos mercados de ações e câmbio sugere uma aceitação geral da decisão do Banco Central.
Setores variados acompanham o otimismo
Além do setor bancário, ações de diversos segmentos apresentaram ganhos relevantes. Varejistas como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3) e C&A (CEAB3) avançaram com força, com destaque para CEAB3, que subiu mais de 10% após divulgar seu resultado trimestral. Companhias aéreas também operaram em alta, com GOL (GOLL4) e Azul (AZUL4) valorizando-se com o ambiente de otimismo.
Entre as petroleiras juniores, PRIO3, RECV3 e BRAV3 também abriram com ganhos sólidos. Já os papéis de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4) registraram altas mais modestas. Mas, contribuíram para a sustentação do índice. No setor de saúde, Hapvida (HAPV3) surpreendeu com alta superior a 8% logo na abertura.