Virada decisiva

Entenda a estratégia "pés no chão" da Oncoclínicas (ONCO3) para sobreviver no mercado

CEO Bruno Ferrari fala em “back to basics”, reduz alavancagem e promete melhora já no 3º trimestre.

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Oncoclinicas
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  • Oncoclínicas muda de rota: deixa megaprojetos e foca em clínicas e parcerias hospitalares.
  • A empresa já vendeu hospitais e reduzirá sua participação no projeto da Arábia Saudita para 30%-35%.
  • Fechamento de pequenas unidades deve aumentar eficiência e concentrar atendimentos em clínicas maiores.

A Oncoclínicas (ONCO3) anunciou uma mudança estratégica para tentar recuperar a confiança do mercado e reduzir sua alavancagem. O fundador e CEO, Bruno Ferrari, admitiu erros em grandes projetos e disse que a companhia fará um back to basics, focando apenas em clínicas oncológicas e parcerias com hospitais.

A decisão ocorre durante um aumento de capital de R$ 2 bilhões. Debenturistas demonstram forte interesse em converter dívida em ações, o que deve ancorar a operação. Isso também reforça a estrutura financeira da empresa.

Desinvestimento e foco em clínicas

Ferrari reconheceu que apostar em grandes hospitais foi um erro e já confirmou o desinvestimento em duas unidades ‘build to suit’, enquanto a terceira está em fase final de negociação. O modelo de expansão será substituído por parcerias com hospitais, reduzindo a necessidade de capex e trazendo maior eficiência operacional.

O megaprojeto de cancer center na Arábia Saudita, em parceria com o grupo Al Faisaliah, será mantido, mas com diluição da fatia da Oncoclínicas de 51% para algo entre 30% e 35%. Ademais, segundo o CEO, os sócios sauditas assumirão a maior parte dos aportes.

Desse modo, a empresa iniciou um pente-fino nas clínicas, fechando unidades menores e concentrando o atendimento em grandes centros de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.

Aumento de capital e desalavancagem

A companhia se prepara para um aumento de capital de R$ 2 bilhões. Segundo o diretor de RI, Isaac Quintino, a medida deve reduzir a alavancagem de 4,4x para cerca de 2x em poucos trimestres.

Além disso, o movimento, segundo Ferrari, vai permitir melhorar a estrutura de capital e abrir caminho para resultados mais consistentes.

Portanto, o executivo disse estar confiante em uma melhora já nos números do 3º trimestre, após um período de ruídos que abalou a confiança dos investidores.

CEO segue no comando

Nos últimos dias, surgiram especulações sobre uma possível saída de Ferrari do cargo, após proposta da Starboard ao conselho.

O CEO, porém, negou e afirmou que o conselho pediu para que ele permaneça à frente da companhia.

Ademais, Ferrari reforçou que a reestruturação em curso vai mostrar ao mercado, médicos e funcionários que os fundamentos da Oncoclínicas continuam sólidos.

Por fim, o objetivo é resgatar credibilidade e entregar resultados mais claros ao investidor.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.