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Entenda como venda do Will Bank pode salvar o Master e aliviar pressão sobre o FGC

Instituição busca liquidez e vê no negócio uma saída estratégica diante da crise.

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Foto: Divulgação
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  • Venda do Will Bank pode aliviar o Banco Master ao reduzir exposição junto ao FGC.
  • Quase todo o estoque de R$ 7 bi em CDBs tem cobertura garantida pelo fundo.
  • Negociação atrai interesse de concorrentes após veto à compra pelo BRB.

O Banco Master colocou a venda do Will Bank como prioridade para reforçar sua liquidez em meio às dificuldades financeiras. A operação promete aliviar parte da tensão com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que hoje sustenta boa parte da exposição do banco.

O negócio atrai interesse de concorrentes por conta da ampla base de clientes ativos do Will Bank, especialmente da baixa renda no Nordeste. Além disso, a estrutura de captação via CDBs cobertos pelo FGC torna a venda ainda mais estratégica para todas as partes envolvidas.

O impacto da venda

Diferentemente da negociação anterior com o BRB, que não conseguiu avançar após veto do Banco Central, a venda do Will Bank apresenta uma vantagem significativa. Isso porque quase todos os CDBs emitidos pela instituição têm cobertura do FGC, reduzindo riscos de perdas em caso de liquidação.

Atualmente, o Will Bank soma R$ 7 bilhões em CDBs dentro do limite de R$ 250 mil por investidor, valor máximo garantido pelo fundo. Esse montante representa praticamente todo o estoque de R$ 7,5 bilhões em títulos da instituição no fim de 2024.

Com isso, a saída do Will Bank da estrutura do Master traria alívio direto à relação com o FGC, além de atrair compradores interessados em uma operação de baixo risco regulatório.

O que está em jogo

O Master contratou a consultoria Laplace para conduzir a venda de ativos e ampliar as chances de sucesso nas negociações. Ao mesmo tempo, busca ampliar a linha de crédito de R$ 4 bilhões junto ao FGC, medida considerada essencial para atravessar o momento delicado.

O Will Bank aparece como ativo-chave por unir alta base de clientes ativos e uma estrutura sólida em produtos digitais, como conta online e emissão de cartões. Para o comprador, o apelo está na capilaridade, com sete milhões de clientes ativos e forte presença no Nordeste.

Esse potencial explica o interesse de bancos que querem ganhar espaço na digitalização, ainda mais após o veto do Banco Central à compra anterior pelo BRB, que pretendia fortalecer sua atuação no setor.

O futuro do Will Bank

O banco digital acumula atualmente 12 milhões de clientes cadastrados, dos quais sete milhões estão ativos. Com cerca de R$ 16 bilhões em ativos totais, tornou-se um dos pontos mais disputados nas negociações do Master.

Embora o mercado avalie riscos de governança e de liquidez, a venda do Will Bank deve ser vista como um passo fundamental para equilibrar a situação do Master. Ao mesmo tempo, pode consolidar novos players no setor digital bancário.

O desfecho da negociação tende a mexer com a disputa entre bancos médios e digitais, já que a operação pode alterar o mapa da concorrência no Nordeste e gerar impactos para investidores expostos aos títulos emitidos pela instituição.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.