Operações suspeitas

Escândalo na Vivara (VIVA3): diretor paga R$ 300 mil para encerrar investigação na CVM

Ícaro Borrello foi acusado de usar informação privilegiada para negociar ações antes dos resultados da joalheria em 2024.

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Lojas Vivara - Foto: laritrentini
Lojas Vivara - Foto: laritrentini
  • Ícaro Borrello, diretor da Vivara (VIVA3), pagou R$ 300 mil à CVM para encerrar investigação por informação privilegiada.
  • O caso envolveu compra de ações antes da divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024.
  • CVM aceitou o acordo e o processo foi arquivado sem impactos diretos sobre as ações da empresa.

A Vivara (VIVA3) voltou aos holofotes do mercado após um de seus diretores, Ícaro Borrello, desembolsar R$ 300 mil para encerrar uma investigação por uso de informação privilegiada. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou o acordo e arquivou o caso sem novas punições.

A apuração começou quando a autarquia identificou operações suspeitas com ações da companhia entre 16 e 24 de julho de 2024, período anterior à divulgação dos resultados do segundo trimestre. A acusação apontava que o executivo teria se beneficiado de dados internos sobre o desempenho da joalheria.

Acordo encerra processo na CVM

A investigação envolvia a compra de 15 mil ações da Vivara, avaliadas em R$ 347 mil. Como os resultados só foram divulgados em 8 de agosto de 2024, o movimento chamou atenção da Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários.

Para evitar uma condenação, Borrello apresentou uma proposta de Termo de Compromisso, que previa o pagamento de R$ 300 mil à CVM. O Comitê de Termo de Compromisso (CTC) avaliou que o valor era suficiente para encerrar o caso e reforçar o caráter educativo da punição.

Com parecer favorável da Procuradoria Federal Especializada, o colegiado da CVM aprovou o acordo e arquivou o processo. Assim, o executivo se livrou das penalidades administrativas e financeiras que poderiam surgir com o julgamento.

Repercussão entre investidores

O episódio repercutiu rapidamente no mercado, mas não afetou as ações da Vivara (VIVA3), que mantiveram estabilidade nos pregões seguintes. Analistas avaliam que o caso ficou restrito ao executivo e não comprometeu a imagem institucional da companhia.

Ainda assim, o caso levantou discussões sobre governança corporativa e conduta ética de executivos em empresas listadas na B3. A CVM reforçou que continuará atuando de forma mais intensa contra práticas que possam distorcer o equilíbrio entre investidores.

Enquanto isso, investidores seguem atentos às próximas divulgações de resultados, especialmente após a Vivara registrar bom desempenho no primeiro semestre e expectativa de dividendos mais robustos até o fim do ano.

O que o caso revela sobre o mercado

O episódio de Ícaro Borrello reforça que o uso de informação privilegiada ainda é um dos principais desafios de fiscalização da CVM. A autarquia tem buscado respostas mais rápidas e punitivas, de modo a coibir ganhos indevidos.

Especialistas apontam que esses acordos, embora evitem longas disputas, servem de alerta para gestores de empresas abertas sobre os riscos de qualquer operação fora do padrão. Além disso, fortalecem a percepção de que transparência e ética são inegociáveis no mercado de capitais.

Mesmo após o desfecho, o caso segue como exemplo de como a fiscalização no Brasil está mais rigorosa, e como decisões rápidas da CVM podem preservar a confiança dos investidores e a reputação das companhias listadas.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.