
- Barron’s recomenda compra da JBS e diz que papel negocia com grande desconto em relação aos pares
- Empresa tem plano de investir US$ 5 bilhões nos EUA e aposta em crescimento sólido com margens em recuperação
- Bank of America reforça recomendação com preço-alvo de US$ 21 e vê potencial de valorização de quase 50%
As ações da JBS voltaram ao radar de investidores após a revista Barron’s recomendar a compra do papel nos Estados Unidos. A publicação avaliou que a empresa está sendo precificada como carne de hambúrguer, mas merece ser tratada como filé mignon.
Desde a listagem em Nova York, o papel opera estável, em torno de US$ 14,30, mas a indicação positiva reacende expectativas. O valor de mercado da companhia dos irmãos Batista é próximo de US$ 16 bilhões e pode subir com uma reavaliação.
Desconto e potencial de alta
Segundo a Barron’s, a JBS negocia a 5,5 vezes EV/EBITDA, contra 8 vezes da Tyson Foods. Essa diferença mostra que a empresa está descontada, mesmo com crescimento superior ao de seus pares nos últimos cinco anos.
Há espaço, portanto, para um re-rating do papel. A recomendação veio acompanhada da avaliação de que a companhia demonstrou disciplina na alocação de capital, manteve dividendos atrativos e resolveu antigos problemas de governança.
Analistas citam ainda os planos de investimento de US$ 5 bilhões em cinco anos, incluindo uma nova fábrica de salsichas e a expansão das operações de suínos nos EUA. Essas medidas reforçam a visão de crescimento sólido.
Desafios de comunicação
Apesar da boa avaliação, a revista destacou falhas que precisam de correção. Assim, a comunicação com investidores americanos foi considerada deficiente, especialmente após o primeiro balanço, que apresentou confusão entre normas IFRS e US GAAP.
Problemas técnicos em teleconferências também prejudicaram a percepção do mercado. Ademais, para melhorar essa relação, a publicação sugere que a empresa adote pagamento trimestral de dividendos, o que facilitaria a aproximação com investidores locais.
Desse modo, os custos mais altos desafiam a recuperação das margens no segmento de carne bovina dos EUA. Ainda assim, a expectativa é de melhora gradual nos próximos trimestres.
Perspectivas futuras
A Barron’s projeta que, com normalização das margens, a JBS pode alcançar US$ 7 bilhões de EBITDA em 2027, acima da estimativa de US$ 6 bilhões para 2025. Esse resultado colocaria a empresa em posição competitiva no mercado americano.
Outro fator positivo é a possível inclusão do papel em índices como o Russell 1000 e o S&P MidCap 400 até 2026, atraindo investidores passivos e ativos. Para chegar ao S&P 500, no entanto, a empresa precisaria atingir valor de mercado mínimo de US$ 22,7 bilhões.
Por fim, o Bank of America também reforça a visão otimista: manteve recomendação de compra e estabeleceu preço-alvo de US$ 21, o que representa um potencial de valorização de 47%.