Essa gigante brasileira, avaliada em R$ 61 bi, acaba de furar o mercado dos EUA com contrato bilionário

• Embraer fecha pedido de 50 E195-E2 com Avelo, avaliado em US$ 4,4 bi
• Entrada nos EUA marca estreia da família E2 no maior mercado do mundo
• A carteira de pedidos pode crescer até 25% se os clientes exercerem as opções

A Embraer (EMBR3) finalmente conseguiu o que o mercado esperava há anos: a entrada da família E2 nos Estados Unidos. A Avelo Airlines, companhia aérea low cost da Califórnia, anunciou um pedido firme de 50 jatos E195-E2, avaliado em US$ 4,4 bilhões a preço de tabela, além de opções de compra para mais 50 aeronaves.

As entregas começam no primeiro semestre de 2027 e já movimentaram as ações da Embraer. Os papéis subiram 0,4% no dia do anúncio, cotados a R$ 81,85, acumulando alta de 68% em 12 meses.

O peso estratégico da entrada nos EUA

O acordo marca a estreia da linha E2 no maior mercado do planeta, onde até agora a Embraer enfrentava restrições para o irmão menor, o E175-E2, por conta das scope clauses. Essas regras trabalhistas limitam o uso de aeronaves regionais acima de determinado peso.

Para a Embraer, o contrato é duplamente relevante: garante presença estratégica e reforça a aposta em um modelo que antes sofria desconfiança por parte de clientes internacionais.

A canadense Porter ainda lidera com 75 pedidos firmes, seguida pela Azul com 51, mas a Avelo representa um marco histórico.

Impacto financeiro imediato

De acordo com o Safra, considerando descontos usuais, cada aeronave foi vendida a cerca de US$ 33 milhões, abaixo do preço de tabela de US$ 88 milhões.

Assim, o contrato deve adicionar US$ 1,65 bilhão à carteira de pedidos da Embraer, equivalente a 5,6% do total e 12,6% da aviação comercial.

Caso a Avelo exerça todas as opções, o valor pode chegar a mais US$ 3,3 bilhões, ampliando em até 25,2% a carteira da aviação comercial. No entanto, o banco pondera que o cenário tarifário atual pode ter levado a descontos maiores que o normal.

Repercussão no mercado

O E195-E2 é conhecido pela eficiência de combustível e desempenho em pistas curtas, características valorizadas em companhias low cost.

Embora não tenha tido o mesmo impacto imediato de outros modelos da Embraer, o jato começa a consolidar relevância.

Na B3, a Embraer é avaliada em R$ 61 bilhões. Analistas veem o acordo como um gatilho de médio prazo para maior visibilidade global da companhia, reforçando sua posição contra concorrentes maiores como Airbus e Boeing.