
- OpenAI pode migrar para modelo de empresa tradicional e administrar US$ 100 bi em ações
- Mudança depende de revisões regulatórias e enfrenta oposição de Elon Musk
- Alteração pode abrir espaço para maior captação e consolidar liderança no setor de IA
A OpenAI anunciou que está recalculando sua rota e pode se tornar uma empresa de fins lucrativos nos moldes tradicionais. A companhia controlará diretamente mais de US$ 100 bilhões em ações, cerca de 20% do seu capital, se confirmar a mudança.
A alteração, vista como um marco histórico no setor de inteligência artificial, ainda depende de revisões regulatórias e encontra resistência dentro do próprio ecossistema da empresa. Entre os críticos mais duros está Elon Musk, que tenta barrar a transformação.
O que muda com a nova estrutura
A OpenAI foi criada em 2015 como uma entidade sem fins lucrativos, mas em 2019 adotou um modelo híbrido, com a estrutura “capped-profit”. Nesse arranjo, investidores têm retorno limitado, e o excedente volta para a missão original da empresa.
Agora, a mudança proposta deixaria a companhia mais próxima de gigantes tradicionais do setor de tecnologia, com liberdade total para distribuir dividendos e captar recursos sem travas. Isso poderia abrir espaço para fusões, aquisições e listagens mais diretas em Bolsas.
Analistas avaliam que o movimento reflete a necessidade de financiar a escalada de custos com modelos cada vez mais avançados de IA, que demandam bilhões de dólares em chips, data centers e energia.
Os desafios no caminho
Apesar da promessa de maior flexibilidade financeira, a mudança precisa passar por revisões regulatórias nos Estados Unidos e possivelmente em outros mercados. Como a OpenAI já é considerada uma das empresas mais estratégicas do mundo, qualquer alteração gera escrutínio político e jurídico.
Outro ponto é o impacto na governança. Além disso, a estrutura híbrida criada em 2019 tinha como objetivo blindar a companhia de interesses puramente financeiros, preservando o foco em segurança e ética na IA. A virada para um modelo tradicional levanta dúvidas sobre o futuro desse compromisso.
Portanto, o movimento pode acirrar a rivalidade com outras big techs, já que a Microsoft é sócia relevante da OpenAI e se beneficiaria de maior liquidez e controle sobre a operação.
A oposição de Elon Musk
Elon Musk, um dos cofundadores da OpenAI, rompeu com a empresa anos atrás e hoje se tornou um dos seus maiores críticos. Ele afirma que a companhia se desviou de sua missão original e passou a agir como uma big tech comum.
Ademais, o bilionário já acionou a Justiça contra a OpenAI, acusando-a de priorizar lucros em vez da segurança da IA. Agora, promete intensificar a pressão contra a mudança de estrutura, alegando risco de concentração de poder em um setor sensível.
Ainda assim, Musk tem enfrentado resistência dentro e fora dos tribunais. Por fim, a OpenAI segue atraindo investidores e usuários de peso, e a possível virada bilionária pode consolidar sua posição como uma das empresas mais influentes da década.