
- Tupy reorganiza operações para reduzir impacto de tarifas dos EUA.
- Empresa aposta em diversificação, como bioplantas e data centers.
- Pressão sobre margens pode crescer em 2026, mas flexibilidade ajuda na adaptação.
A Tupy (TUPY3) vive um momento estratégico. Com os EUA impondo tarifas e o comércio internacional cada vez mais pressionado, a metalúrgica busca reorganizar suas operações para reduzir riscos e garantir estabilidade nos próximos anos.
Segundo o CEO Rafael Lucchesi, a flexibilidade das plantas em três continentes e o reordenamento da produção devem blindar a companhia de impactos imediatos. A expectativa é que 2025 não sofra grandes efeitos, mas 2026 já exigirá ajustes estruturais.
Reordenamento em tempos de guerra comercial
O mercado norte-americano responde por 14% da produção brasileira da Tupy. As novas tarifas de Trump forçam a empresa a redesenhar fluxos de exportação e reforçar a eficiência operacional.
Lucchesi ressalta que homologar novos motores leva até dois anos, o que limita alternativas rápidas. Assim, o grupo aposta em estoques robustos e uso de plantas no México para suavizar impactos no curto prazo.
Mesmo assim, investidores monitoram riscos de margem, já que ajustes logísticos e institucionais tendem a elevar custos no médio prazo.
Estratégia além do automotivo
Enquanto administra pressões externas, a Tupy acelera diversificação. A empresa aposta em geradores para data centers e em bioplantas, projetos que transformam resíduos agropecuários em energia limpa e fertilizantes.
O avanço posiciona a companhia em setores estratégicos ligados à transição energética global. A meta é capturar oportunidades mesmo em um cenário em que EUA reduzem subsídios, mas Europa e China ampliam incentivos.
O foco em inovação e multicombustíveis reforça a visão de que o futuro será diverso em soluções, e não baseado em uma única tecnologia.
Impacto para mercado e ações
Com receita líquida de R$ 10,7 bilhões em 2024 e presença em mais de 40 países, a Tupy segue como player-chave da cadeia automotiva. A aquisição da MWM fortaleceu a engenharia e deu mais escala para enfrentar ciclos econômicos.
Na Bolsa, investidores veem a flexibilidade como ponto positivo, mas alertam que tarifas podem pressionar margens a partir de 2026. O mercado acompanhará de perto as negociações políticas e institucionais.
Ainda assim, a resiliência da companhia em crises anteriores mostra capacidade de adaptação, fator valorizado em um mundo mais protecionista.