
- Produção de cervejas sem álcool cresceu 537% e já representa 4,9% do total nacional
- Ambev ampliou portfólio em 40% com foco em moderação e novos hábitos
- Exportações bateram recorde em 2024 e SP lidera em número de rótulos registrados
Um novo comportamento de consumo vem moldando o mercado cervejeiro brasileiro e os números confirmam essa transformação. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a produção de cervejas sem álcool ou com baixo teor alcoólico disparou 536,9% em 2024.
Desse modo, o dado faz parte do Anuário da Cerveja, divulgado nesta terça-feira (5), e mostra que esse tipo de bebida já responde por quase 5% de toda a produção nacional. O fenômeno acompanha uma tendência clara de busca por equilíbrio e saúde, sem abrir mão do sabor.
Cerveja sem álcool ganha protagonismo
O crescimento das cervejas com teor alcoólico igual ou inferior a 0,5% chama a atenção não só pelo volume, mas pelo impacto cultural. Em poucos anos, elas passaram de alternativas de nicho para opções cada vez mais presentes nas prateleiras e nos copos dos brasileiros.
Além disso, de acordo com o relatório, esse avanço reflete uma “tendência de consumo mais consciente e equilibrado”, alinhada a novos padrões de comportamento e saúde. A mudança também impulsiona a diversificação da indústria e a inovação no desenvolvimento de novos rótulos.
Desse modo, a própria Ambev, maior fabricante do país, confirma essa tendência. Segundo a empresa, seu portfólio de produtos “zero álcool” cresceu 40% nos últimos 12 meses. A marca afirma que está investindo pesado para atender consumidores que “buscam cada vez mais um estilo de vida equilibrado, sem abrir mão do sabor”.
SP lidera registros e mercado se diversifica
O crescimento das bebidas sem álcool veio acompanhado por um salto no número de registros. Sendo assim, em 2024, o Brasil atingiu 43.176 cervejas e 55.015 marcas ativas, com São Paulo liderando o ranking, o estado tem 12.803 cervejas registradas.
No total, o país conta agora com 1.949 cervejarias oficialmente registradas no Mapa, após a inclusão de 102 novos estabelecimentos, o que representa alta de 5,5% em relação a 2023. Logo, esses dados reforçam o dinamismo do setor e sua capacidade de se reinventar frente às novas demandas de mercado.
Além disso, o aumento das variedades disponíveis estimula a competitividade, impulsiona o turismo cervejeiro e dá espaço para pequenos produtores conquistarem o público com rótulos criativos e autorais.
Produção e exportações batem recordes
Mesmo com foco na moderação, o Brasil continua sendo um gigante em volume de produção. Em 2024, foram declarados 15,34 bilhões de litros de cerveja, sendo a maioria das categorias Lager Leve Clara (58,3%), Pilsener (32,4%) e outras Lagers (8,5%).
Além disso, o país também vem ganhando destaque no cenário internacional. As exportações brasileiras de cerveja cresceram 43,4% em volume, atingindo 332,5 milhões de litros. O faturamento com as vendas externas chegou a US$ 204 milhões, um recorde, com alta de 31,1% frente a 2023.
Por fim, a América do Sul concentrou 97,7% das exportações, com países como Paraguai, Argentina e Chile liderando o destino das bebidas brasileiras. Já a Alemanha manteve o posto de maior origem das cervejas importadas pelo Brasil, com 42,5% do volume.