
- UBS BB, Itaú BBA e BTG Pactual retomaram cobertura da Guararapes (GUAR3) com recomendação de compra.
- Analistas projetam margens maiores e crescimento de 17% ao ano no lucro até 2029.
- A ação negocia a múltiplos abaixo dos pares, com potencial de valorização de 25% no curto prazo.
A Guararapes (GUAR3) voltou ao centro das atenções de analistas. O UBS BB iniciou cobertura da empresa nesta quinta-feira (23), com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 12,50, o que indica um upside potencial de 25%.
A notícia impulsionou as ações da dona da Riachuelo, que saltaram 7,5% no pregão, elevando o valor de mercado da companhia para R$ 5,13 bilhões. A avaliação positiva reforça a retomada de confiança no grupo, após dois anos de ajustes internos.
Bancos voltam a mirar a ação
O movimento do UBS não é isolado. No último mês, Itaú BBA e BTG Pactual também retomaram cobertura da companhia com recomendação de compra. Os relatórios destacam a melhoria operacional sob comando do CEO André Farber, ex-Renner, e o potencial de valorização do papel.
Para o mercado, o retorno do interesse indica uma reviravolta na percepção do varejo brasileiro. A Guararapes passou de aposta esquecida para uma das ações mais promissoras do segmento.
O UBS reforça que o foco da empresa em eficiência e produtividade vem transformando margens e impulsionando resultados. O banco vê uma oportunidade que o mercado “ainda precifica com desconto”.
Margens mais fortes e lucros crescentes
Segundo o analista Vinicius Strano, o lucro líquido da Guararapes deve atingir R$ 440 milhões em 2025, R$ 578 milhões em 2026 e R$ 706 milhões em 2027, com crescimento médio (CAGR) de 17% até 2029.
O UBS projeta uma forte expansão de margens a partir da produção interna, que oferece ganhos de 6 a 7 pontos percentuais acima das peças terceirizadas. Esse diferencial cria uma vantagem competitiva relevante e sustenta a melhora operacional.
Além disso, o banco destaca que a alavancagem está controlada, o que deve permitir a reabertura do plano de expansão de 15 a 20 novas lojas por ano entre 2026 e 2029.
Eficiência à frente dos concorrentes
Nos últimos dois anos, a Guararapes aumentou as vendas por metro quadrado em 22% e ampliou a margem bruta de 49,4% para 52%. Assim, o avanço veio com ajustes em precificação, markups sazonais e melhor gestão de estoque.
Apesar do progresso, o UBS avalia que ainda há espaço para ganhos adicionais. Além disso, a companhia segue atrás de rivais como Renner (LREN3) e C&A (CEAB3) em alguns indicadores, mas vem reduzindo essa distância rapidamente.
Portanto, a análise do banco é clara: a Guararapes está construindo uma base sólida de crescimento, com mix de produtos aprimorado e marca em reposicionamento.
Valuation e comparação com pares
Atualmente, a GUAR3 negocia a 8,4 vezes o lucro de 2025 e 6,7 vezes o de 2027, um desconto leve ante o setor. Então, a média das varejistas locais gira em 9,4x e 8x, respectivamente. No exterior, nomes como Inditex, H&M e Gap operam acima de 20x lucro.
Ademais, essa diferença de múltiplos cria espaço para reprecificação positiva à medida que o mercado reconhece a nova fase operacional da companhia.
Por fim, para o UBS, a combinação de gestão disciplinada, eficiência produtiva e expansão gradual coloca a Guararapes entre as principais histórias de recuperação do varejo nacional.