
- PETR4 e VIVT3 foram os papéis mais recomendados nas carteiras de dividendos de agosto
- Casas buscam proteção contra as tarifas de Trump e o avanço do IOF no Brasil
- Estratégia foca em estabilidade, fluxo de caixa e alto dividend yield
Em meio a um ambiente de forte instabilidade política e econômica, Petrobras (PETR4) e Telefônica Brasil (VIVT3) despontam como os ativos mais recomendados para quem busca dividendos em agosto. O foco de bancos e corretoras está na previsibilidade de resultados e proteção contra choques externos e internos.
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Cinco das dez casas analisadas citaram as duas ações, reforçando seu papel como âncoras defensivas nas carteiras em tempos de incerteza. A escalada tarifária imposta pelos Estados Unidos e o novo decreto do IOF aumentaram a aversão ao risco e deslocaram o interesse para nomes com bom histórico de distribuição de lucros.
Tarifaço e IOF criam cenário desafiador
Donald Trump oficializou no final de julho um tarifaço de 50% sobre uma série de produtos brasileiros. Apesar de algumas exceções, como suco de laranja, petróleo e celulose, itens como carne, cacau e café devem enfrentar barreiras comerciais já em vigor.
Nesse sentido, o impacto direto sobre exportadoras reacendeu a busca por ativos menos expostos ao comércio internacional. Com isso, empresas com atuação majoritariamente doméstica ou com produtos isentos das tarifas ganharam espaço nas recomendações.
Além do choque externo, o Brasil vive um momento delicado no campo tributário. Assim, o Supremo Tribunal Federal validou quase integralmente o novo decreto do IOF, com exceção da taxação sobre risco sacado. A medida gerou desconforto no mercado de crédito e acentuou a rotação de carteiras para papéis mais defensivos.
Nesse contexto, ações com dividendos elevados voltaram ao centro da estratégia, já que oferecem retorno consistente e menor exposição à volatilidade macroeconômica.
Petrobras e Vivo se destacam nas recomendações
Casas como BTG Pactual e BB Investimentos apontaram a Petrobras como um porto seguro. A estatal deve superar suas metas de produção em 2025 e 2026, enquanto mantém uma política de preços considerada racional. O BTG estima dividend yield entre 10% e 12% ao ano para a petroleira.
Além disso, o banco ainda avalia que os investimentos da companhia podem ser espaçados, o que sustenta um fluxo de caixa livre mais robusto. A ausência de riscos relevantes de aquisições também agrada os analistas.
Já a Telefônica Brasil aparece como destaque entre as ações de telecomunicações. Ademais, a Planner e outras corretoras apontam que a empresa tem um padrão consistente de distribuição de lucros, com reforço na segunda metade do ano. Há expectativa de um novo pagamento de R$ 0,20 por ação ainda em agosto.
Desse modo, além do rendimento, o setor de telecom é visto como estável e resiliente, o que o torna ainda mais atrativo em um cenário conturbado.
Outras favoritas entre os dividend hunters
A Ágora Investimentos atualizou sua carteira, substituindo Porto Seguro (PSSA3) por Caixa Seguridade (CXSE3). Itaú (ITUB4), Copel (CPLE6), CPFL Energia (CPFE3) e a própria VIVT3 também estão entre as escolhas da corretora.
Sendo assim, o BB Investimentos optou por manter ações como Cemig (CMIG4), Sanepar (SAPR11) e Vibra (VBBR3). Já o BTG acrescentou Klabin (KLBN11), Sabesp (SBSP3) e Direcional (DIRR3), retirando nomes como Santander (SANB11) e Cyrela (CYRE3).
Além disso, outras instituições, como Daycoval, Empiricus, Genial e Itaú BBA, também priorizaram nomes previsíveis, com fluxo de caixa sólido e atuação menos exposta a oscilações internacionais. Empresas como BB Seguridade (BBSE3), Taesa (TAEE11), Eletrobras (ELET6) e Aura Minerals (AURA33) foram recorrentes.
Por fim, o Índice de Dividendos da B3 (IDIV), mesmo pressionado, reforça essa tendência. Após cair 2,97% em julho, pior desempenho do ano, a tese de renda passiva voltou com força nas recomendações.