
- MBRF nasce com receita de R$ 160 bilhões e presença em 117 países
- Fusão superou barreiras no Cade, na CVM e na Justiça antes de sair do papel
- Nova estrutura combina portfólio multiproteínas e marcas fortes como Sadia e Perdigão
A B3 recebe nesta terça-feira (23) as novas ações da MBRF (MBRF3), resultado da fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3). O anúncio, feito na noite desta segunda-feira (22), marca a consolidação de uma gigante do setor de alimentos, unindo carnes bovinas, frangos e suínos em um mesmo portfólio.
A nova companhia reúne marcas de peso como Sadia, Perdigão, Qualy e Bassi, além de presença internacional robusta. A estratégia é ampliar competitividade, capturar sinergias e acelerar inovação para atender consumidores em mais de 100 mercados.
Como a fusão saiu do papel
O caminho até a MBRF não foi simples. Desde o anúncio da combinação dos negócios, em maio, a operação enfrentou obstáculos relevantes. Entre eles, recursos da Minerva no Cade, ações de acionistas minoritários e até um processo movido por aposentado da Previ.
Assim, apesar dos adiamentos, as assembleias de acionistas de Marfrig e BRF aprovaram a incorporação em 5 de agosto. Já em setembro, o Cade deu sinal verde sem restrições, confirmando a criação da nova gigante de proteínas.
Desse modo, para Marcos Molina, controlador da Marfrig e chairman da MBRF, o movimento é “um novo capítulo” que fortalece a competitividade e garante futuro promissor.
Estrutura da nova companhia
A MBRF nasce com receita líquida anual de R$ 160 bilhões, sendo 38% provenientes de produtos processados. A governança será dividida entre Miguel Gularte, ex-CEO da BRF, agora presidente-executivo, e Marcos Molina, chairman do conselho.
O Comitê Executivo conta com oito vice-presidências, cobrindo áreas como finanças, mercado halal, marketing, operações industriais e agro. Além disso, o desenho organizacional reflete a ambição de integrar diferentes linhas de negócio sem perder foco regional.
Portanto, a nova estrutura reforça a estratégia multiproteínas, unindo a experiência da Marfrig em bovinos ao portfólio consolidado da BRF em aves e suínos.
O que esperar da MBRF
Especialistas avaliam que a fusão tem potencial de transformar o mercado de alimentos processados no Brasil e no mundo. A combinação pode trazer ganhos em logística, presença internacional e eficiência produtiva, criando condições para elevar margens e acelerar crescimento.
A estreia na B3 coloca a companhia sob os holofotes de investidores que aguardam a captura efetiva das sinergias prometidas. Ademais, para consumidores, a expectativa é de maior diversidade de produtos e expansão de marcas já consolidadas.
Por fim, a MBRF começa a escrever sua história como uma das maiores empresas de proteínas do planeta, com olhos voltados tanto para o mercado interno quanto para a expansão global.