
- Ibovespa salta 1,69% com IPCA mais fraco CPI em linha e apoio de balanços
- Sabesp lidera ganhos enquanto BTG surpreende e blue chips reforçam a alta
- Dólar cai a R$ 5,385 DIs fecham e agenda de dados mantém o apetite por risco à prova
O Ibovespa fechou em alta de 1,69%, aos 137.913,68 pontos, na maior variação diária desde 13 de maio e no primeiro encerramento acima de 137 mil desde 9 de julho. Além disso, o real ganhou força: o dólar recuou 1,06% e terminou a R$ 5,385, enquanto os DIs cederam ao longo da curva.
O rali ganhou tração com a combinação de IPCA mais fraco que o previsto no Brasil, CPI em linha nos Estados Unidos e uma temporada de balanços que animou as mesas. Assim, o apetite por risco voltou e sustentou ganhos amplos em ações de peso.
Inflação dá fôlego ao risco
Por aqui, o IPCA veio abaixo das projeções e reforçou a leitura de descompressão no curto prazo. Mesmo assim, economistas pediram cautela porque os serviços subjacentes continuam elevados e merecem atenção.
Além disso, a inflação de bens industrializados surpreendeu para baixo, possivelmente amparada pela valorização do câmbio ao longo de 2025. Portanto, o quadro doméstico favoreceu a queda dos juros futuros e liberou espaço para a bolsa.
Nos EUA, o CPI saiu dentro do esperado. Desse modo, o mercado reduziu o temor de um choque imediato de preços por tarifas e voltou a precificar cortes do Fed já em setembro.
Exterior ajuda e política entra no radar
Enquanto os dados aliviaram a tensão, os índices em Nova York subiram mais de 1% e tocaram recordes intradiários, com Nasdaq e S&P 500 em destaque. Assim, o pano de fundo global estimulou fluxo para emergentes.
Ao mesmo tempo, o ruído político seguiu alto: Donald Trump ameaçou Jerome Powell com um “grande processo”, embora a independência do Fed minimize efeitos práticos. Ainda assim, o episódio manteve a volatilidade sob observação.
Além disso, a China reforçou apoio ao Brasil no debate comercial e criticou o protecionismo. Portanto, o gesto adicionou algum conforto diplomático em meio às discussões com os EUA.
Balanços empolgam e Sabesp dispara
A temporada corporativa sustentou a festa. Sabesp (SBSP3) saltou 10,61%, bateu máxima histórica e liderou os ganhos após números acima do consenso.
Logo atrás, BTG Pactual (BPAC11) avançou 13,12%, com surpresa positiva tanto em áreas mais voláteis quanto em segmentos estáveis. Ademais, Vibra (VBBR3) subiu 2,40% com lucro acima das estimativas, São Martinho (SMTO3) ganhou 1,21% e Direcional (DIRR3) valorizou 4,18%.
Por outro lado, Natura (NATU3) recuou 7,98% mesmo após reverter prejuízo, o que indica seletividade maior do investidor com margens e guidance.
Blue chips sustentam o índice e radar segue cheio
As blue chips ajudaram a segurar o ímpeto. Vale (VALE3) avançou 1,05% com minério em alta, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 2,07% e reforçou o bloco financeiro.
Já Petrobras (PETR4) oscilou durante a tarde por causa da queda do petróleo, mas, ainda assim, fechou em alta de 0,26% após virar no fim. Desse modo, o trio de maior peso somou pontos e consolidou a direção do índice.
Para completar, o câmbio mais fraco e os DIs em queda reduziram a pressão sobre o custo de capital. Portanto, o suporte macro e o noticiário micro caminharam juntos.
Câmbio, juros e próximos dados
No câmbio, o dólar caiu 1,06% e marcou R$ 5,385, menor nível desde meados de junho. Com isso, empresas expostas a importações ganharam algum alívio imediato.
Nos juros, a curva fechou em bloco e refletiu leitura mais branda para a inflação e menor prêmio de risco no dia. Assim, os prazos longos reagiram bem e reforçaram teses de valor.
Adiante, a agenda traz a inflação final de julho na zona do euro e as vendas do varejo de junho no Brasil. Por fim, o mercado monitora se a euforia resiste sem “ressaca” após a forte alta desta sessão.