Bolsa nas alturas

Fechamento: Ibovespa bate novo recorde e fecha melhor mês em um ano

Índice sobe 0,26% no pregão, acumula quarta semana seguida no positivo e já avança 17,5% em 2025.

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Fechamento: Ibovespa bate novo recorde e fecha melhor mês em um ano
  • Ibovespa bateu recorde histórico de fechamento aos 141.422 pontos e teve melhor mês em um ano
  • Alta foi puxada por bancos, Petrobras, Vale, varejistas e Raízen, que subiu mais de 7%
  • Nos EUA, PCE reforçou cautela com juros e Nova York caiu, enquanto dólar avançou a R$ 5,42

O Ibovespa fechou esta sexta-feira (29) em alta de 0,26%, aos 141.422 pontos, e cravou novo recorde histórico de fechamento. No intraday, ainda chegou aos 142.378 pontos, superando a máxima de ontem.

O principal índice da Bolsa brasileira encerrou agosto com alta de 6,28%, o melhor desempenho mensal em um ano, além de somar quatro semanas consecutivas no azul. No acumulado de 2025, a valorização já alcança 17,57%.

Alta consistente e líderes do mercado

A arrancada de hoje foi puxada pelos grandes nomes da Bolsa. Vale (VALE3) subiu 0,29%, enquanto Petrobras (PETR4) avançou 0,55%, mesmo com a queda do petróleo no mercado internacional.

Os bancos também ajudaram: Banco do Brasil (BBAS3) liderou com +1,62%, seguido por Itaú Unibanco (ITUB4) com +0,37% e Bradesco (BBDC4) com +0,24%. No varejo, Magazine Luiza (MGLU3) valorizou 4,46%, mas fora do índice o destaque foi Casas Bahia (BHIA3), que disparou 25,7%, seguida por Americanas (AMER3) com +9,3%.

Raízen (RAIZ4) também brilhou após anunciar a venda de duas usinas em Mato Grosso do Sul por mais de R$ 1,5 bilhão, com alta de 7,34%.

Contexto internacional

Enquanto a Bolsa brasileira comemorava, Nova York teve dia negativo. Os índices recuaram após a divulgação do PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve, que veio em linha com as expectativas.

A leitura reforçou a percepção de que a inflação ainda está acima da meta e que cortes de juros dependerão da fraqueza do mercado de trabalho. Assim, para Ellen Zentner, do Morgan Stanley, “o PCE mantém o foco nos dados de emprego. Por enquanto, a chance ainda favorece corte em setembro”.

Desse modo, o dólar comercial subiu 0,29%, a R$ 5,42, interrompendo dois dias de queda. Já os DIs fecharam em alta, refletindo a cautela com os juros americanos.

Política e cenário doméstico

No campo político, o presidente Lula reforçou que não tem pressa em aplicar a reciprocidade tarifária contra os EUA, após o tarifaço do governo Trump. Em entrevista, afirmou preferir negociação a confronto direto.

Além disso, apesar da tensão comercial, a carne bovina segue em ritmo recorde de exportações, com alta de 35% na média diária em agosto, segundo dados preliminares da Secex.

Portanto, do lado fiscal, o Banco Central divulgou que a dívida bruta subiu para 77,6% do PIB em julho e o setor público consolidado teve déficit primário acima do esperado, aumentando a pressão sobre as contas públicas.

O que esperar em setembro

Os investidores voltam as atenções para a decisão do Federal Reserve, marcada para 17 de setembro. Até lá, o mercado acompanha de perto a divulgação do payroll, relatório considerado essencial para medir a força do mercado de trabalho americano.

Esse dado pode influenciar diretamente o rumo da política monetária dos Estados Unidos. Ademais, qualquer sinal de enfraquecimento no emprego tende a reforçar a expectativa de corte nos juros já em setembro, aumentando a sensibilidade dos mercados globais.

Por fim, no Brasil apesar da incerteza externa, o sentimento é de confiança. Os novos recordes do Ibovespa consolidam a percepção de que a Bolsa vive um dos melhores momentos do ano, sustentando o otimismo dos investidores locais.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.